Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O coordenador da pesquisa sobre os cálculos do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Márcio Nakane, mudou a sua projeção de inflação na cidade de São Paulo para o mês de outubro, reduzindo-a de 0,16% para 0,12%. A nova projeção é metade da taxa registrada em setembro, quando o IPC chegou a 0,24%. O índice é medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).Entre as justificativas para a redução no ritmo inflacionário está a acomodação de preços na área dos alimentos. “O choque de preços que vínhamos observando de dois meses para cá sobre a carne bovina, o leite e seus derivados está se diluindo e as cotações passaram a ser mais razoáveis”, avaliou o economista. A tendência, segundo ele, é que o mercado volte à normalidade. Na terceira quadrissemana do mês, o IPC ficou em 0,15%, contra a variação de 0,19% na segunda prévia. Segundo Nakane, o resultado não foi uma surpresa. “As coisas estão voltando ao normal”. Segundo o economista, dois fatores contribuíram basicamente para o novo quadro. Um está associado à redução no ritmo de correções no grupo alimentação, que passou de 0,39% para 0,31%. O outro, é reflexo das oscilações favoráveis ao consumidores da Eletropaulo (fornecedora na cidade de São Paulo) nas cobranças das tarifas de energia elétrica.No dia 4 de julho, as contas tiveram recuo médio de 12%. Sobre os valores subseqüentes, tem ocorrido “uma flutuação para baixo decorrente do repasse em torno do PIS/Pasep”, segundo Nakane. Ele estimou uma baixa na média de 1,55%, na terceira prévia de outubro.Questionado a respeito da cautela das autoridades monetárias sobre a taxa básica de juros (Selic), mantida em 11,25% na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, o economista ponderou que, no momento da decisão, “o cenário era outro e o governo tinha elementos para justificar a interrupção na trajetória de queda, pois todos os analistas estavam preocupados com as tendências”.