Daniel Lima e Kelly Oliveira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Areforma tributária e o potencial de crescimento do país foram os temascentrais do encontro entre empresários e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje (24) no Palácio do Planalto. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Segundo ele, a prorrogação da ContribuiçãoProvisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), em tramitação noSenado, não foi discutida na reunião.
Mantega afirmou que, além da CPMF, existem outrasquestões importantes para o governo e o setor produtivo, como ocrescimento da economia, a resolução de questões setoriais e a reforma tributária. "Pareceque vocês estão com idéia fixa na CPMF. Temos que resolveressa questão, que vai ser tratada no Conselho Político. A CPMF nós jádiscutimos com os empresários em outros fóruns", disse o ministro aos jornalistas.
Sobrea reforma tributária, Mantega reafirmou que o projeto já estápraticamente pronto, dependendo apenas de detalhes que precisam ser discutidoscom os governadores. "Nós queremos discutir antes com muitosgovernadores, porque queremos atingir o consenso. Estamos conseguindo eserá apresentando em breve."
ParaMantega, a economia atingiu um patamar satisfatório, mas o paísnecessita de novos avanços, com novas reformas e medidas. No entender doministro, governo e empresários estão no caminho certo e fazem, cada um,a sua parte.
No encontro com os empresários, oministro da Fazenda ressaltou que existemcondições satisfatórias para o crescimento do país, pois há um climade confiança e credibilidade. "Eu acabo de voltar de Washington [capital dos Estados Unidos],da reunião do Fundo Monetário Internacional [FMI], e lá constatamos que,se há alguma incerteza quanto à economia norte-americana, há plenaconfiança na economia brasileira, que está indo bem e continuará bem",afirmou.
Mantega citou esse clima de confiança no Brasil, observado na recente viagem ao exterior, para defender a construção de um país melhor pelo governo e pelos empresários.
O presidente do grupo Nestlé, IvanZuritta, disse que saía otimista doencontro e lembrou que, desde que passou a existir estabilidadepolítica e econômica no Brasil, com regras claras, passou-se a captar naturalmente mais recursos, considerando a potencial capacidade de investimentos do país.
Eleinformou que, durante a reunião, mostrou ao presidente e aos ministrosque 72% da capacidade consumo de alimentos no país vêm das classes demenor poder aquisitivo. "Nas classes menos favorecidas e nas regiõesmenos favorecidas, tem havido maior crescimento. Isso gera maisinvestimentos", afirmou.
Dizendoque não falava como brasileiro, mas como membro da cúpula da Nestlé,Zuritta afirmou que o Brasil é o único país onde os executivos eempresários podem determinar quanto desejam crescer, diante dascondições favoráveis atuais. "Hoje,viemos aqui para escutar o presidente e os ministros e reafirmar aconfiança no Brasil. Acho que, com equilíbrio, com confiança edisciplina do ponto de vista empresarial, vamos escreverconjuntamente essa história nova do Brasil", disse Zuritta.
Além de Guido Mantega,participaram da reunião os ministros Miguel Jorge, doDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Paulo Bernardo, do Planejamento, e Dilma Rousseff,chefe da Casa Civil,