Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Por determinação da Justiça, o grupo de cerca de 30 alunos que, desde o último dia 17, ocupava as instalações do campus da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) em Guarulhos saiu do local por volta das 2h30 de hoje (24). Policiais militares da Tropa de Choque chegaram a ser enviados para garantir a desocupação, mas não houve resistência por parte dos estudantes.A ordem de reintegração de posse foi emitida pela juíza federal Adriana Freisleben de Zanetti, da 2ª Vara Federal de Guarulhos. No despacho, a juíza salientou que os serviços de educação pública não podem ser interrompidos por “motivos políticos”. “Mesmo sem analisar o mérito da pretensão estudantil, o Estado Democrático não admite a interdição forçada de um recinto público”, ressaltou o texto.Segundo o comunicado da Justiça Federal, a Unifesp declarou à 2ª Vara Federal de Guarulhos, na Grande São Paulo, que os ocupantes se intitularam membros do Partido Operário Revolucionário. Em nota, a Unifesp afirmou que, no dia 17, o grupo ocupou as dependências administrativas e usou carteiras e mesas para impedir a entrada nas salas de aula. Na manhã desse mesmo dia, de acordo com o texto, os ocupantes entraram em confronto com funcionários da universidade quando tentaram entrar à força na reunião do Conselho Universitário, órgão deliberativo máximo da instituição, formado por representantes de professores, alunos e funcionários. Entre outros pontos, o conselho tratava da adesão da Unifesp ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), contestada pelos manifestantes. O encontro também debatia definições sobre a moradia, transporte, livros para a biblioteca e bolsas de estudos.A Unifesp tem cinco campi no estado de São Paulo e promove 19 cursos. No campus de Guarulhos, que começou a funcionar em março, são oferecidos quatro cursos: Ciências Sociais, Filosofia, História e Pedagogia.