Aline Beckstein e Lílian Beraldo
Repórteres da Agência Brasil
Rio de Janeiro e Brasília - A ForçaNacional de Segurança começa a atuar hoje (19) nosmunicípios do Entorno do Distrito Federal (DF). O objetivo étentar diminuir os índices de criminalidade nas cidades deLuziânia, Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental,Águas Lindas, Santo Antônio do Descoberto, Novo Gama,Formosa e Planaltina de Goiás. É a sexta operaçãoda força, desde que foi criada, em agosto de 2004. Alémdo Distrito Federal e de Goiás, os estados de EspíritoSanto (duas vezes), Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Maranhãojá solicitaram a ajuda da tropa.Formada por 7.700policiais militares e bombeiros de todo o país, a ForçaNacional de Segurança foi criada para cooperar com autoridadesestaduais em momentos de crise. O efetivo recebe treinamentoespecializado e a forma de atuar é baseada na Força dePaz da Organização das Nações Unidas(ONU).Atualmente, a Força Nacional de Segurançaatua em três estados brasileiros: no Rio de Janeiro, com 1.200homens; no Maranhão, com 40; e no Entorno do Distrito Federal,com 130 policiais.No Rio de Janeiro, uma tropa inicial de 500homens foi enviada em janeiro deste ano, a pedido do governadorSérgio Cabral, que solicitou ajuda do governo federal porcausa de uma série de atentados, ocorridos no final do anopassado, contra delegacias, cabines de polícia e ônibus.Alémde participar de operações na capital, os homens daForça Nacional atuaram nas divisas do Rio com os estadosvizinhos no combate à entrada de armas e drogas. Durante osJogos Pan-Americanos, em julho, o efetivo da Força Nacional nacapital fluminense chegou a 4,5 mil homens. Em agosto, um acordofirmado entre o Ministério da Justiça e o governo doRio garantiu a permanência de 1.200 policiais atédezembro deste ano.Hoje a açãoda Força Nacional de Segurança no Rio estáconcentrada na ocupação dos acessos ao Complexo doAlemão (zona norte), em apoio a operaçõessistemáticas realizadas pelas polícias do estado. Para o subsecretáriode Planejamento Operacional da Secretaria de Segurança Públicado Rio, Roberto Sá, a Força Nacional estádesarticulando o tráfico de drogas na região."Numa sóoperação, apreendemos 15 mil cartuchos de munição,e várias pessoas foram presas. Houve uma baixa muito grande,não só no poder bélico, mas no efetivo daquelegrupo criminoso”, afirmou Sá, em entrevista à AgênciaBrasil, no início do mês.A diretora daorganização não-governamental (ONG) JustiçaGlobal, Sandra Carvalho, entretanto, não vê avançossignificativos no enfrentamento do tráfico e considerapontuais as ações do estado em parceria com a ForçaNacional de Segurança.“O que nósvemos é um policiamento calcado somente na vertenterepressiva. Não há um trabalho de inteligênciapara desmantelar a rede criminosa, que não estálocalizada só nas comunidades pobres do Rio”, ressaltouSandra.No Maranhão, desde o iníciode outubro, 40 policiais da Força Nacional de Segurançadão o suporte nas ações de policiamento e nacustódia de detentos por causa da greve das PolíciasCivil e Penitenciária. Ainda não há datadefinida para o fim das operações no estado.Em2004, 150 soldados passaram 60 dias no Espírito Santo apósuma série de atentados contra veículos de transportecoletivo na Grande Vitória. No ano seguinte, as tropasvoltaram a agir no Espírito Santo, dessa vez, paradesarticular conflitos em penitenciárias do estado. Nessaoperação trabalharam 178 policiais.Em 2006, astropas federais foram chamadas para controlar rebeliões emcadeias do Mato Grosso do Sul. Ao todo, 200 homens atuaram noestado.Embora estejam sob a coordenação daSecretaria Nacional de Segurança Pública do Ministérioda Justiça, os integrantes da força continuamvinculados aos órgãos de origem. Durante as operaçõesnos estados, a União arca apenas com as diárias doefetivo mobilizado.