Governador do Rio responde críticas e diz que combate ao crime vai continuar

19/10/2007 - 15h17

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O governador do Rio deJaneiro, Sérgio Cabral, respondeu hoje (19) a críticas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e de entidades civis sobre a atuação da polícia nas favelas Coréia e Taquaral, em Senador Camará, zona Oeste da cidade.Na última quarta-feira (17), a ação policial nesses locais resultou em 12 mortes e cinco feridos e prendeu 12 pessoas. O governador defendeu a participação dasociedade na discussão sobre a segurança pública no estado e destacou a atuaçãopositiva da OAB, embora tenha afirmado ser preciso continuar o trabalho de combate àcriminalidade para defender as pessoas inocentes.“Eles [OAB e entidades civis] têm sua opinião, eu tenho quefazer o meu trabalho. O trabalho será o mesmo, de combate à criminalidade. Seeu pudesse chegar para esses marginais e dizer: me devolva esse fuzil, essa pontotrinta [arma] que derruba helicóptero e a granada.Vamos fazer um semináriopara discutir como os senhores podem devolver, eu ficaria feliz da vida. Mas infelizmente não é assim”, afirmou o governador.Segundo ele, os traficantes da favela da Coréia estavam realizando "blitzes" durante de dia e à noite na vizinha Vila Santa Cruz e fazendo "terrorismo"dentro e fora da comunidade. De acordo com o governador, as informações sobre essa violência nãochegam até a sociedade, como chegam "os traumas das ações de combate" que sãoacompanhadas pela mídia.

“É que a imprensa não está lá nodia-a-dia quando há ações diárias de criminosos matando inocentes, tocando terrore as pessoas não podem falar”.

Cabral diz que, se uma pesquisa fossefeita na comunidade, iria constatar a satisfação da comunidade com a operação. Ele acrescenta que depoimentosisolados contra a ação policial são forjados pelo tráfico, como indicaram documentos apreendidos pelapolícia.

“Se pegar depoimento, é evidenteque o tráfico obriga as pessoas a darem declarações contra. Inclusive, nacontabilidade de traficantes que recolhemos em operações na semana passada, háclaramente claramente ali a remuneração a mulheres que vão fazer denúncias contraa polícia. Isso está cada vez mais organizado e a nossa política será a mesma:apoiar a polícia no sentido de combater a crime organizado e proteger osinocentes”.