Encontro discute no Rio qualidade da alimentação da população do estado

19/10/2007 - 14h10

Mariana Borgerth
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O direito de todo cidadão ter alimentação de qualidade, evitando a fome e a desnutrição, foi o tema central do seminário Direito Humano à Alimentação: Mapeando Violações dos Direitos Humanos à Alimentação no Estado do Rio de Janeiro, que reuniu autoridades de diversos setores, pesquisadores e especialistas no assunto.  O encontro, realizado hoje (19) na Assembléia Legislativa do Rio, fechou a programação da Semana Mundial de Alimentação, no estado.O coordenador do Fórum Brasileiro de Segurança Alimentar e Nutricional, Edmar Gadelha, que participou do seminário, lembrou que 16 milhões de pessoas ainda vivem abaixo da linha da pobreza no Brasil, ou seja, vivem com menos de US$ 2 por dia."Os últimos dados das pesquisas têm constatado uma redução no nível de pobreza e de insegurança alimentar", afirmou Gadelha. Segundo ele, isso se deve principalmente à estabilidade econômica e às políticas sociais que vêm sendo implementadas nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal), agora voltados para política sociais de combate à fome e redução da pobreza. Durante o evento, Gadelha manifestou também preocupação com o possível comprometimento da produção de alimentos no estado do Rio, com o estímulo à plantação de cana-de-açúcar.O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, deputado Alessandro Molón, destacou a valorização do tema alimentação pelas atuais políticas de governo. "A nossa comissão, a partir de agora, se articulará com o Conselho Estadual de Alimentação e de Segurança Alimentar e Nutricional, para garantir esse direito da população, seja no orçamento, seja no dia-a-dia das políticas públicas do estado do Rio de Janeiro", afirmou Molón. Durante a palestra, o relator nacional para o Direito Humano à Alimentação Adequada, Clóvis Zimmermann, afirmou que ainda hoje, 850 milhões de pessoas passam fome em todo o mundo. Para Zimmermann, o problema da fome se justifica pela má distribuição do alimento, já que hoje é possível produzir comida para 12 bilhões de pessoas, número quase duas vezes maior do que a população mundial, estimada em 6,6 bilhões de pessoas.