Próximo presidente terá que consolidar a estabilidade econômica, diz especialista

14/10/2007 - 12h01

Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - Consolidara estabilidade econômica e conseguir mais fontes de financiamentointernos para investimentos no país são os dois principais desafiospara o próximo presidente da Argentina, na opinião do economista AldoFerrer, especialista em América Latina e Caribe e professor daUniversidade de Buenos Aires (UBA). As eleições serão realizadas no dia28 de outubro.Ferrer diz que a situação econômica e social do país vizinho melhorousignificativamente após a crise de 2001, mas aponta os próximosdesafios. "Agora temos os problemas do crescimento alongo prazo, dos incentivos a longo prazo para o investimento, porquecontinua na Argentina, apesar da melhora notável daeconomia e de um alívio na situação social, umasituação de pobreza e de desemprego em uma parte grandeda população", afirmou, em entrevista à Agência Brasil.Consolidar a estabilidade, ou "governabilidade", para ele significa "manter uma solvência fiscal, umsuperávit primário de pelo menos 3% do PIB, umcâmbio competitivo, que estimule a rentabilidade e ocrescimento, um superávit importante na balançacomercial, nas contas correntes, que dê ao país umacapacidade de auto-financiamento". Nesse cenário, diz, é possível estimular oinvestimento com recursos internos,que seriam complementados com recursos do exterior.Ferrer acha que existe "insuficiência de crédito e de acesso dasfirmas ao mercado de capitais", que "é necessário fortalecer o setor financeiroargentino" e que o aumento de capital das empresas geraria empregos.Oeconomista avalia ainda que o fortalecimento argentino seria benéficopara a integração sul-americana. "O Mercosul precisa de um Brasilexitoso na sua política econômica, em políticasde integração social, isso é fundamental. Éo mesmo caso da Argentina. O Mercosul precisa de uma Argentina quese industrialize, que transforme sua produção, que gereempregos".