Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de 20 alunos do Projeto Grael, destinado à inclusão social através do esporte, participam hoje (14) da 62ª Regata da Escola Naval, na Baía de Guanabara. Os jovens são estudantes da rede pública de ensino no estado do Rio de Janeiro e fazem parte de comunidades de baixa renda. Dentre eles, oito participam da competição, que conta com um total de 700 barcos. Os demais trabalham na organização do evento.A coordenadora administrativa do projeto, Márcia Fernandes, diz que a participação na regata gera uma expectativa grande e os benefícios, segundo ela, são claros. A competição é a maior prova náutica da América Latina e ocorre uma vez por ano. Em 2007, o evento comemora os 200 anos de nascimento do Almirante Tamandaré, patrono da Marinha brasileira.“A equipe fica mais unida, eles começam a observar em cada ponto do barco o que cada um vai fazer. Dificilmente eles teriam essa oportunidade, por serem de famílias muito simples. A vontade e a garra deles de perseverar é muito grande e a oportunidade a gente dá, de acordo com o desempenho deles”, conta Márcia.O projeto atende aproximadamente 500 alunos por semestre, oferecendo cursos profissionalizantes em diversas áreas, como hangarista, manutenção geral de embarcações, pintura de embarcações, árbitro de regata, pesca, atividades administrativas, entre outras. Com o treinamento que eles recebem, cerca de 50% saem empregados em empresas parceiras ou no próprio projeto.Este é o objetivo de João Pedro Pinheiro, de 24 anos, aluno do curso de marcenaria, que também sonha participar de uma regata a bordo da embarcação. Para ele, trabalhar na organização do evento, distribuindo material aos participantes, é um primeiro passo que pode abrir novas portas."Isso é uma coisa muito boa, uma forma de investir no meu futuro, ganhando experiência na área náutica e aumentando minhas chances de conseguir um emprego nesse ramo”, diz Pinheiro.O projeto Grael foi idealizado em 1996 pelos velejadores medalhistas olímpicos e campeões mundiais, Lars Grael, Torben Grael e Marcelo Ferreira. As atividades tomam como base o princípio de que a vela garante caminhos de socialização a partir da educação e formação profissional.