Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - Aqueda nas taxas de desemprego na Argentina nos últimos cinco anos(estimada em dez pontos percentuais, de 20% para 10%) não corresponde aonúmero de pessoas que efetivamente deixaram de ser desempregadas. É oque afirma o secretário-geral do Movimento pela Paz, Soberania eSolidariedade entre os Povos (Mopassol), Juan Domingos Roque.O ativista argentino, ouvido pela Agência Brasilpara comentar a situação atual no país no que se refere aodesenvolvimento social e as perspectivas para as eleições presidenciaisde 28 de outubro, explica que o país vizinho vive na verdade um aumentoda quantidade de cidadãos que recebem auxílios de programas sociais dogoverno e são contabilizados como empregados nas estatísticas oficiais."Essa pessoa que recebe um subsídio,que em termos da economia argentina é algo entre 200, 300pesos por mês (R$ 123 a R$ 185, aproximadamente), éconsiderada como empregada", afirmou. Ele estima em 2 milhões o número de argentinos nessa situação.Para Roque, o problema não está na ajuda dada pelo governo, mas naidéia que está sendo passada, de que não seria importante essesbeneficiários conseguirem um trabalho. "Teríamos que ver como nossopaís,a Argentina, e como todos os países da região estãoencaminhando políticas para que as pessoas recebam menossubsídios sociais e possam conseguir trabalhos genuínos,onde possam sentir-se integrados pelo trabalho e não poruma dádiva, um presente que venha do Estado".Ele conclui: "Háuma geração completa que está... utilizo um termotalvez não muito feliz, mas as pessoas estão como quese acostumando, estão tomando como uma coisa natural receberum subsídio, e o Estado diz quenão faz falta que não trabalhem".