Gláucia Gomes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Há13 anos, o economista Humberto Floriano Mendes fez um transplanterenal, tendo como doadora a irmã. Ele conviveu com o novo rimpor 12 anos e por causa de infecções sofridas duranteesse período, Humberto perdeu o rim e hoje aguarda um novodoador na fila de transplantes.ParaHumberto, o sentimento de estar a espera de um órgãocompatível é como “esperar pela vida”. “Hoje eusou dependente de uma máquina para poder ter uma vida. Eu faço hemodiálise trêsvezes por semana, com duração de quatro horas cadasessão. Então, eu não tenho, atualmente, umavida social, nem profissional em função da dependênciada máquina”.Naopinião de Humberto, o que falta na sociedade é uma“cultura para transplante”. Para ele, apesar disso, a sociedadeestá evoluindo ao ver a realidade e os benefícios dos transplantes, além de uma legislação específica.
Eledisse que as pessoas que estão na fila de transplante aguardampela vida. “A gente precisa da solidariedade das famíliaspara que a doação aconteça. É preciso terfé, paciência, tranqüilidade e confiar no ser humano. É preciso confiar no médico e na ciência que estáevoluindo”.Humberto faz um apelo: “Que as pessoas conversem com seus familiares. Porque a doação é realizada pelos familiares, a gentesabe que na hora da doação é um momento difícil. É quando o familiar é procurado e informado que houve a morte encefálica. Hoje não existe documento, carteira, nada. Então, a gente pede que as pessoas dispostas a doar, comuniquem aos seus familiares, para que na hora do ocorrido possa acontecer a doação”.De acordo com o Ministério da Saúde, o programa de transplantes doSistema Único de Saúde (SUS) é o segundo maior do mundo, superadoapenas pelo da Espanha. Entre 2001 e junho deste ano, foram realizados87.444 transplantes pelo SUS. Atualmente, 71.152 brasileiros estão nafila de espera de órgãos para transplante. No ano passado, o SUS gastoucerca de R$ 460 milhões com transplantes de órgãos e tecidos.Existemno Brasil 71.152 pacientes em lista de espera para transplante, sendo42.282 para órgãos sólidos, 26.793 para córnea e 2.063 para medulaóssea. Veja, abaixo, o número de pacientes por órgão.Ontem (27), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, lançou campanha para incentivar a doação de órgãos.