Trabalhadores sem terra discutem reivindicações com superintendência do Incra no Paraná

25/09/2007 - 13h58

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Cerca de 500 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) estão acampados, desde a manhã de hoje (25), em frente à sede Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Paraná. Segundo José Damasceno, um dos coordenadores do movimento no estado, não há previsão para deixar o local. Um grupo de trabalhadores já se reuniu com o superintendente do Incra no estado, Celso Lisboa de Lacerda,  para discutir as reivindicações do movimento. Eles reivindicam infra-estrutura para os assentamentos, abertura de novos cursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), distribuição de cestas básicas e assentamento de oito mil famílias que estão acampadas.  Nos próximos dias, serão realizadas no auditório da superintendência outras reuniões sobre os itens da pauta de acordo com as demandas específicas dos movimentos sociais.Lisboa disse aos trabalhadores que o Incra sempre teve uma postura transparente, tanto entre os movimentos sociais quanto entre os proprietários de terras. “Sempre procuramos manter o diálogo franco e aberto entre Incra, movimentos sociais e proprietários. Prova disso é a diminuição de conflitos agrários no Paraná nos últimos anos e a oferta de áreas ao Incra pelos proprietários, que aumentou de uma para 78 em quatro anos”.O superintendente lembrou aos trabalhadores que o avanço da reforma agrária não depende apenas do Incra. “No Paraná, a falta de atualização dos índices e os critérios de classificação de terra improdutiva impedem a agilização do processo. Os índices utilizados hoje pelo Incra para aferir produtividade de uma área são da década de 70. Somam-se aí 36 anos de avanço da agricultura”, afirmou. De acordo com Lisboa, no ano passado, foram financiados R$ 7,1 milhões em obras nos assentamentos - o valor é sete vezes maior do que o investido em 2003. Com o dinheiro liberado pelo Incra, foram construídos ou recuperados 473,54 quilômetros de estradas, abertos oito poços artesianos e construídas cinco pontes, além de cinco sistemas de distribuição de água, num total de 2.983 famílias beneficiadas, em 36 projetos de assentamento. Ele informou que, para este ano, o Incra tem para analisar 136 projetos de construção ou recuperação de estradas, construção de pontes e outras obras de infra-estrutura necessárias em projetos de assentamento da reforma agrária em todo o estado.