Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A rebeliãoprovocada por quase 500 detentos do Instituto Penal AntônioTrindade (Ipat), em Manaus, terminou pouco antes das 8 horas da manhãde hoje (25), horário de Brasília, após 16 horasde muita confusão.Desde a tarde de ontem,os presos conseguiram fazer pelo menos cinco reféns, entreoutros detentos, agentes penitenciários e professores quetrabalham no local. De acordo com informações daSecretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Amazonas(Sejus), a rebelião começou quando os presosparticipavam de um mutirão para retirada de documentos, comoCertidão de Nascimento e CPF. Nesse momento, tambémestavam sendo realizadas visitas íntimas a alguns presos.Durante o motim, doispresos foram mortos. Um deles era Antonio Soares dos Santos, o Tony,preso este ano, acusado de matar cinco pessoas e a própriafilha, de 1 ano e 2 meses. Ele foi degolado e teve os dois olhosperfurados.A lista dereivindicações só foi apresentada durante amadrugada. Segundo a assessoria de imprensa da Sejus, os detentospediram mais tempo para visitas dos familiares, o fim do uso dealgemas durante o banho de sol e ainda visitas nas celas,reivindicação que foi imediatamente descartada.A direçãodo Ipat não sabe informar se houve fuga durante a rebelião.O instituto começou a fazer a contagem de presos e deve saberhoje se o número de detentos corresponde ao número depessoas que estavam nas celas antes da rebelião.Muitos detentos ficaramferidos e outros tiveram suas orelhas cortadas e expostas no pátiodo presídio. Ao longo da madrugada, centenas de pessoas, entreparentes de presos e funcionários do Ipat, permaneceram emfrente à unidade prisional, em busca de notícias.Apesar de ter apenas umano de funcionamento e ser considerado como uma unidadeprisional de segurança máxima, o Instituto PenalAntônio Trindade já registrou uma fuga e um motim antesdesta rebelião.