Marcela Rebelo e Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As mulheres decontroladores de vôo estão representadas no 13ºGrito dos Excluídos. Elas participam da manifestaçãopara mostrar a exclusão que seus maridos vêm sofrendo naárea militar, desde o final do ano passado, quando houve oacidente com o avião da GOL, que resultou na morte de mais de150 pessoas, no norte do Mato Grosso. Segundo elas, de lá pracá a situação desses profissionais só temse agravado.“A gente estáse sentindo, neste momento, de uma certa forma, excluída,porque as forças militares declararam guerra contra oscontroladores. As forças militares como um todo têm secolocado contra os controladores. Estamos em condiçãode povo rebelado, eles estão nos tratando assim”, disseLúcia da Silva, que coordena o Movimento das Famíliasde Controladores de Vôo por Dias Melhores.Ela disse que por trêsvezes esteve na Esplanada dos Ministérios para assistir aodesfile oficial e que esta é a primeira vez que se uniu àMarcha dos Excluídos. Segundo Lúcia, quem assiste aodesfile militar não tem idéia de como funciona a rotinanos quartéis.“Os militares têmesse lado dessa pompa toda , dessa beleza que a gente vê nodesfile, mas dentro dos quartéis a coisa e outra e hoje oscontroladores estão sentindo realmente essa ditadura sobreeles”.Lúcia ressaltouque o movimento está aproveitando todas as oportunidades paramostrar à sociedade o assédio moral de que sãovítimas esses profissionais. Ela ressaltou que oscontroladores não podem participar de manifestaçõescomo o Grito dos Excluídos, sob pena de punição,de acordo com as regras militares. “Eles nãopodem exercer nem seus direitos de cidadania, nem de longe, porquepodem ser acusados de estar participando do movimento”. Segundoela, apenas quatro mulheres de controladores participam damanifestação, já que o convite que o movimentorecebeu do P-SOL chegou em cima da hora.As mulheres decontroladores levam faixas denunciando a repressão e o assédiomoral que sofrem seus maridos.