Grupo Nós do Morro apresenta projeto para levar teatro a presídios do Rio

07/09/2007 - 18h53

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O fundador do grupo Nós do Morro, o  ator  Gutti Fraga, pretende iniciar até dezembro um novo projeto de inclusão social, levando o teatro popular aos presídios. O grupo existe na comunidade do Vidigal, zona sul do Rio de Janeiro, desde 1986 e é considerado uma das mais bem sucedidas propostas no caminho de criação de um teatro popular no Brasil.

Em entrevista à Agência Brasil, Gutti Fraga disse que essa será uma das primeiras investidas do F4 ou Favela a Quatro, movimento do qual fazem parte, além do Nós do Morro, a Central Única das Favelas (Cufa), o Observatório de Favelas e o grupo Afro Reggae. O F4 está apenas aguardando a conclusão de acordo com o governo fluminense para deslanchar o projeto.

As quatro entidades costumam se reunir para encontrar soluções que favoreçam a inclusão social nas cidades, combatendo a  violência. Sua proposta é discutir uma nova política de segurança, através da arte e da cultura, que privilegie a vida da população como  um todo.

Gutti Fraga disse que, nos presídios, os professores do grupo Nós do Morro darão continuidade a seu trabalho habitual de teatro. “Não tem diferença de um trabalho que se faz normalmente de aulas de interpretação”, afirmou o ator. Segundo ele, o objetivo “é dar acesso [ao teatro] às pessoas do presídio que nunca tiveram acesso. O nosso objetivo é dar o melhor que a gente puder de teatro para os presidiários”.

O grupo ainda não definiu que unidades do sistema prisional do Rio de Janeiro serão atendidas e o número de detentos que participarão do projeto. A princípio, disse Fraga, a idéia é contemplar os presídios de Bangu I e II e o Talavera Bruce. Ele espera que a demanda seja expressiva.