Grito dos Excluídos não reúne número esperado de pessoas em Brasília

07/09/2007 - 16h31

Marcela Rebelo e Juliana Andrade
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O 13º Grito dos Excluídos não envolveu o número de participantes esperado pelos organizadores em Brasília: 2 mil. A Polícia Militar estima que estiveram presentes 500 pessoas e a coordenação da marcha fala em mil, mesmo número do ano passado.Mesmo assim, a organização avalia que atingiu o objetivo de chamar a atenção da população para os temas em debate. Com o lema “Isto não Vale: queremos participação no destino da nação”, a manifestação foi um protesto contra a privatização da Companhia Vale do Rio Doce, em 1997, que movimentos sociais consideram um processo fraudulento.“O que nós percebemos é que vem aumentando a participação da sociedade, dos movimentos sociais do campo, da cidade, dos partidos políticos, de artistas e intelectuais. Temos percebido também que há um aumento de realização do Grito dos Excluídos nos municípios do Brasil”, ressaltou Marina Santos, representante da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST).Os manifestantes ocuparam duas das seis faixas da pista da Esplanada dos Ministérios, com faixas contendo frases de protesto e um carro de som, paralelamente ao desfile oficial de 7 de Setembro, do qual foram impedidos de chegar perto pela Polícia Militar. A caminhada seguiu até a Catedral de Brasília.Grande parte do público que participou das comemorações oficiais só percebeu a manifestação no final do desfile, porque estavam distantes do local, do outro lado da Esplanada. “Não me interessei, não. Só estou vendo agora de passagem”, afirmou o aposentado Carlos Roberto Bortone, de 54 anos.O representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) Leonardo Maggi reconhece que é difícil integrar ao Grito dos Excluídos o público que vai à Esplanada assistir ao desfile. “Queremos minimamente dar o recado, nem que seja nessa passagem.  Nossa tarefa aqui é pegar essas pessoas que vieram ao desfile e conversar com elas. Esse é o momento, a oportunidade que a gente tem para conversar com as pessoas e tentar questionar, discutir que tipo de independência é essa".Segundo a representante do MST, a marcha foi realizada em mais de mil cidades em todo o país. “Vemos isso como um processo importante de participação, de mobilização popular da sociedade”, disse Marina. Além do MST e do MAB, participaram do Grito dos Excluídos organizações da sociedade civil como Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), Pastoral da Juventude do Brasil, Movimento Nacional dos Meninos e Meninas de Rua e Movimento Passe Livre.