Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O superintendente daregional Sudeste da Infraero, Edgar Brandão Júnior,afirma que a liberação da pista principal do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, seja feitaem conjunto pelos setores responsáveis pelo setoraéreo.Depois do acidente com o Airbus A320 da TAM, nodia 17 de julho, o Centro de Investigação de Prevençãode Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) recomendou a proibiçãode pousos quando a pista principal estivesse molhada. A sugestãofoi avalizada pela Agência Nacional de AviaçãoCivil (Anac) e adotada pela Infraero.“Evidente que a Anac eo Cenipa estão acompanhando e vão fazer uma verificaçãopara depois liberar ou não a pista. Como existe umamanifestação formal do Cenipa e a Anac é órgãoregulador, acredito que eles se reúnam com o Decea paraverificar qual será o procedimento [de liberaçãoda pista após a execução do grooving]”.Grooving são asranhuras que permitem o escoamento da água, aumentando aaderência do asfalto. A obrade execução dessas ranhuras será concluídahoje (6).
Em nota, a Infraero afirma que atésábado (8) deve encaminhar ao Departamento de Controle doEspaço Aéreo (Decea), ao Cenipa e à Anac umasolicitação para que a pista principal seja inspecionada a fim deverificar se há condições de voltar a operá-laem dias de chuva.
Para Brandão, com a conclusão do grooving,a pista pode serliberada. Segundo ele, a Infraero já fez oque lhe cabia fazer. “Agora, conforme nosso presidente [SérgioGaudenzi] já dissse, vamos aguardar a manifestaçãodos órgãos responsáveis”.
Procurada pela reportagem daAgência Brasil, a Anac respondeu que, legalmente,compete a Infraero apresentar as informações relativasàs condições da pista.
Também afirma que, como aexecução do grooving não acarretoualterações nas características físicas dapista (como comprimento, suporte de pavimento e outros), não énecessário homologá-la. A existência das ranhurastambém não interfere na determinação doConac de transferir vôos de Congonhas para outros aeroportos deSão Paulo.
O Comando da Aeronáutica disse considerarque os técnicos da Infraero têm competência ecapacidade para atestar as condições de operaçãoda pista.
Na nota, a Infraero acrescenta que apósa execução do grooving faltará concluir aconstrução das áreas de escape. Brandão,no entanto, diz que a obra não deve começar este ano.
“Estão sendo feitos váriosestudos e já há várias alternativas, mas nãotemos recursos no orçamento para este ano. A menos que hajarecurso extraordinário, a obra não deve ser iniciada em2007. Até porque, se fôssemos fazer uma licitaçãoa essa altura do ano, teríamos dificuldade para concluí-la.Eu acredito que a logística para começar a execuçãode um projeto como este levaria ao menos quatro meses”, disse osuperintendente.