Edla Lula e Daniel Lima
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Oministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou, em entrevista exclusiva àRadiobras, que o Brasil já entrou em um novo ciclo econômico, que elechama de "social- desenvolvimentismo". Segundo Mantega, o paísexperimenta agora um momento novo, de crescimento vigoroso repetido nosquatro últimos anos e que deve permanecer daqui para a frente."Euchamo esse novo ciclo de social-desenvolvimentismo porque é umcrescimento que ocorre concomitantemente ao aumento da renda dapopulação, aumento do poder aquisitivo e fortalecimento do mercado demassa. É um novo tipo de crescimento que o Brasil nunca trilhou".Mantegaafirmou que o crescimento econômico será mais próximo de 5% este ano,com a tendência de, nos anos seguintes, ser ainda maior. "Estamos comcrescimento econômico de 5% mas o consumo está crescendo 13%".Segundoo ministro, o país hoje tem um mercado de massa, com a entrada degrandes contingentes da população que estão aumentando o seu poderaquisitivo. Além disso, o crédito também está mais baratoe mais abundante. "Isso tudo impulsiona o mercado consumidorbrasileiro".Elecitou dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que apontam para um aumento tambémrobusto nos investimentos. "Estão crescendo especialmente osinvestimentos dos brasileiros que estão apostando no futuro do país".A pesquisa do IBGE referente ao mês de julhomostra um crescimento na produção nacional de bens de capital em 17%, oque significa que as indústrias estão investindo em máquinas eequipamentos para ampliarem a produção. A importação de bens de capitalcresce 30% ao ano. "Tem muita empresa comprando máquinas e equipamentose fazendo investimentos no país".Mantegatambém chamou atenção para a entrada dos Investimentos EstrangeirosDiretos (IED), que este ano vem alcançando recordes. Segundo o BancoCentral, até julho os investidores estrangeiros aplicaram diretamenteno setor produtivo do país US$ 24,448 bilhões. No período de 12 mesesterminados em julho, o IED chegou a US$ 34,159 bilhões, o melhorresultado da história."À medida que nos aproximamos do grau deinvestimento, é possível que haja uma atração maior pelo Brasil einevitavelmente virão mais investimentos, mas capitais externos queserão canalizados para a geração de empregos, geração de renda epagamento de tributos".ParaMantega, o grau de investimento – nota máxima dada por agências declassificação de risco e que indica se o país é confiável para aplicarrecursos – virá no próximo ano."Estamosnuma trajetória de crescimento sustentado no país, porque é umcrescimento sólido, que se faz em cima de fundamentos sólidos que aeconomia brasileira tem hoje".