Servidores anistiados dos Correios fazem manifestação para receber indenizações

28/08/2007 - 13h39

Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - Servidores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) acampam hoje (28) na sede da instituição na capital federal. São trabalhadores que foram demitidos sem justa causa durante o regime militar e os governos de Fernando Collor e Fernando Henrique Cardoso, que têm direito a anistia, mas não ainda não receberam indenização. Segundo o secretário nacional da Federação Nacional de Trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Fenect), João Maurício Gomes da Silva, o atraso deve-se ao fato de os Correios não estarem enviando a documentação necessária ao Ministério da Justiça, que julga os processos de anistia de servidores. “Estamos fazendo um ato público pedindo respeito aos trabalhadores que têm direito à anistia da Lei 10.559/02. A empresa vem sentando em cima dos processos e não diligencia a documentação pedida pelo Ministério da Justiça, uma vez que aí atrasa todo o andamento do nosso processo”, afirmou Silva. Ele informou que cerca de 1.500 servidores anistiados estão fora dos quadros dos Correios pelo mesmo motivo. “Pedimos atenção para que a empresa cumpra com  a parte dela para que a gente faça a nossa”, acrescentou Silva. O anistiado político José Gomes das Neves disse que foi demitido há 22 anos, porque era contra o regime militar. Para ele, as indenizações poderiam ser pagas administrativamente. “Só queremos que as indenizações sejam pagas administrativamente. Somente é necessária uma portaria de retificação desses valores”, ressaltou.Agora à tarde, os servidores dos Correios fazem manifestação no Ministério do Planejamento. A noite, ficarão acampados na sede da empresa. No dia 12 de setembro, eles se reunirão em assembléia para decidir se entram em greve.