José Carlos Mattedi, Mylena Fiori e Isabela Vieira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Oministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relatorda denúncia do esquema do mensalão feita peloMinistério Público Federal, disse ao término dojulgamento que “a mensagem que fica para a populaçãoé de que a instituições funcionam perfeitamente,a pleno vapor, e sem sobressaltos”. Oministro lembrou que as cinco sessões de julgamentotranscorreram dentro da normalidade jurídica, sem condensaçõespolíticas. “Quem assistiu teve a oportunidade de perceberque as discussões foram eminentemente técnicas”,afirmou.
Joaquim Barbosa fez questãode ressaltar que foi ultrapassada apenas uma etapa de um processo“que se anuncia longo”. Segundo ele, não há comofazer previsão sobre o término da fase seguinte, a daação penal, que pode condenar ou não os réus.
“Não tenho como estipularprazo. Também não tenho como fazer uma previsãode quem irá ou não para a cadeia. Estamos numa faseainda preliminar, de exame de indícios. Tudo vai seesclarecer, pela condenação ou absolvição,à luz das provas que serão colhidas daqui para diante”.
De acordo com o ministro, seujulgamento como relator foi pela aceitação da denúnciaapenas nos casos em que havia provas suficientes. “Quando isso nãoacontecia, meu voto foi no sentido do não acolhimento dadenúncia. Em diversas passagens eu me pronunciei assim, e fuiseguido pelo plenário”, destacou.
Questionado se o mensalãorealmente existiu com a aceitação da denúncia doMPF, Joaquim Barbosa afirmou: “Cada um deve tirar a conclusãoque quiser”.
E, com humor, disse: “O mensalãovai sair da minha cabeça em poucos dias”.