Pesquisador cita atlas da agência de águas como alternativa à transposição do São Francisco

28/08/2007 - 13h18

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O coordenador da Caravana em Defesa do São Francisco e doSemi-árido, Apolo Lisboa, afirma que uma das alternativas para minimizar os efeitos da seca no Semi-árido nordestino sem a necessidade de transpor as águas do rio São Francisco é aproveitar o Atlas doNordeste,elaborado há seis meses pela Agência Nacional de Águas (ANA).Lisboa, que também é professor na Universidade de Minas gerais, lembra que o documento propõe levar água a 34milhões da região com investimento de R$3,6 bilhões.“O própriogoverno federal tem um projeto mais barato e mais real para beneficiar cerca demil cidades, com pelo menos cinco mil habitantes”.Para o vice- presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe),Fred Moreira Lima, o projeto de transposição merece crédito, já que passou por um processo de avaliaçõestécnicas e recebeu licença ambiental. “Essa discussão vem rolando há séculos, enão se chegou a uma conclusão para sanar uma dívida histórica com o povodo Nordeste. Propostas complementares são bem-vindas, mas a transposiçãoprecisa ser realizada. Só em Pernambuco, vai beneficiar 100 municípios,incluindo 70 no Agreste”.Hoje (28), a caravna passa o dia no Recife para debater alternativas à transposição, naUniversidade Federal Rural de Pernambuco. Desde o dia 19 de agosto, a caravana já percorreu seis capitais brasileiras.A intenção é buscar um consenso sobre o meio mais rápidoe eficaz de distribuir água para população pobre que habita a região do São Francisco semdesperdício de dinheiro. Integram a caravana pesquisadores,professores universitários, ambientalistas, moradores de áreas próximas ao rio e representantes de comunidadesindígenas. Depois do Recife, ela segue para João Pessoa, Salvador, Aracajúe Maceió.