Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São paulo - Pela sétima vezseguida, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC)apresentou desaceleração em São Paulo. Na terceira prévia deagosto, o indicador medido pela Fundação Instituto dePesquisas Econômicas ( Fipe) teve alta de 0,11%. No levantamento anterior, o aumento havia sido de 0,17%.Essa alta é semelhante à verificada no fechamento de março, quando o índice foi o menor desde a segunda prévia de julho do ano passado.O principal fator para a desaceleração foi o impacto da redução no preço das tarifas de energia elétrica, conforme havia previsto o coordenador da pesquisa, Márcio Nakane.Por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Eletropaulo repassou aos consumidores residenciais uma redução média de 12,66%, o que levou o grupo Habitação a ter um recuo de 0,81%.Segundo Nakane, esse efeito é pontual e ao longo de setembro não mais estará refletido na diminuição da taxa média. “Nas últimas semanas, a desaceleração inflacionária foi puxada por essa queda de preço nas contas de luz, mas daqui para a frente essa redução começará a ser incorporada ao índice”.Na terceira prévia de agosto foram registradas variações negativas nos grupos Transporte (-0,09%) e Vestuário (-0,89%), mas ambos já indicam um movimento de recuperação de preços. No primeiro, a queda foi menos acentuada que na pesquisa anterior, quando havia caído 0,16%, por causa da maior oferta de álcool combustível. No grupo Vestuário, embora mantenha-se em baixa, o percentual é menor que o da segunda prévia (-1,24%). Isso pode ser justificado pelo final da temporada de liquidações da moda outono- inverno e pela entrada nas de roupas e artigos para a nova estação. “Notamos uma mistura no consumo entre as roupas das liquidações e dos artigos mais caros da nova coleção”, aponta o economista.Nakane mantém a previsão de uma variação anual do IPC na casa dos 4,1%. No entanto, ele avalia que os indicadores da economia já permitem antever “um sinal amarelo” mais para o final do ano.A terceira prévia refere-se ao cálculo das variações de preços de produtos e serviços comparativos no período de 24 de julho a 23 de agosto sobre os resultados dos 30 dias imediatamente anteriores. A pesquisa tem por base o consumo das famílias com renda entre 1 a 20 salários mínimos.