Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - As dificuldades e necessidades de centenas de produtores rurais do Amazonas estão sendo discutidas nesta semana durante o 1º Encontro Estadual de Trabalhadores da Agricultura Familiar, que conta com a participação de cerca de 800 agricultores dos 62 municípios do estado.Em três dias, eles debaterão questões relacionadas a produção agropecuária, transportes, comercialização, armazenamento e assistência técnica. Entre os problemas apresentados estão as condições inadequadas para distribuição da produção e a carência de recursos para qualificar o trabalho dos agricultores."O produtor está pronto para plantar, mas precisa de alguns recursos, como máquinas e implementos agrícolas, além de transporte para escoar sua produção. Esses elementos vão favorecer o trabalho do homem no interior", afirmou José Raimundo de Macedo, responsável por parte da produção de melancia, mandioca e banana no município de São Sebastião do Uatumã.De acordo com o Ministério da Agricultura, o Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) trouxe para o estado, nos últimos quatro anos, créditos de R$ 84 milhões. E o diretor do Departamento de Assistência e Extensão Rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Argileu Silva, anunciou que será intensificada a aplicação de créditos no estado, levando em consideração a assitência técnica necessária."Estamos na parceria com o governo do estado para não só qualificar o crédito, mas também levar um conjunto de conhecimentos e tecnologias para esses agricultores. Este ano haverá mais de R$ 2 milhões para que o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Amazonas reestruture ou amplie a infra-estrutura do trabalho de seus técnicos. Além disso, nós queremos intensificar a aplicação do crédito com qualidade e por isso estamos conversando com o Banco da Amazônia e o Banco do Brasil, para que o crédito seja casado a uma boa assistência técnica", destacou.Silva também lembrou o lançamento do Pronaf Eco, uma linha de crédito que prevê investimento para energias renováveis e para a sustentabilidade ambiental do estabelecimento familiar. "No Plano Safra, iniciado em 1º de julho, nós lançamos essa linha de Pronaf que tem tudo a ver com o que vivenciamos na região Norte. O agricultor agora poderá, além de financiar sistemas agroflorestais e extrativistas, usar o que chamamos de tecnologia limpa. Se ele for um agricultor inteirado ao mercado poderá, por exemplo, financiar em seu projeto de produção um computador, um ponto de internet, de modo que daquela central possa acessar os preços e se integrar on line a esse mercado", exemplificou.