Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A desembargadora Cecília Marcondes, do Tribunal Regional Federal de São Paulo, disse hoje (28) que baseou sua decisão de abrir a pista principal do Aeroporto de Congonhascom base no documento apresentado por Denise Abreu, ex-diretora daAgência Nacional de Aviação Civil (Anac).O documento tratava da segurança da pista em dias de chuva e do uso do reverso, equipamento utilizado na hora do pouso paraajudar a frear os aviões.Com base nele, a desembargadora autorizou a reabertura dapista principal de Congonhas antes do acidente com o Airbus da TAM. Apista havia sido fechada para reformas e foi reaberta sem o grooving, as ranhuras que ajudam a escoar a água da pista em dias de chuva.No entanto, o documento era um estudo técnico e, portanto, não tinha validade normativa. Mas isso só foi revelado no dia 16 de agosto, no depoimento de Abreu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado."O mote da defesa [da Anac, para que a pista fosse reaberta] era de que essas normas eram mais rígidas que as internacionais", disse Marcondes, em depoimento hoje à CPI do Senado.Segundo a desembargadora, à época, Denise Abreu afirmou que a Anac tinha normas que garantiam a segurança da pista. "Então, a senhora pode ficar sossegada porquenada vai acontecer", afirmou Marcondes à CPI, citando a frase que Denise Abreu teria dito a ela quando foi ao gabinete da desembargadora entregar asnormas.