Mylena Fiori, José Carlos Mattedi e Isabela Vieira
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Ao final de cinco diase 30 horas de julgamento, o procurador-geral da República,Antonio Fernando Souza, mandou um recado para a defesa de parte dos 40 denunciados. “Sempre tive a expectativa de que a denúnciaseria recebida. Se alguns advogados preferiram, em vez de demonstraras razões dos seus clientes, fazer críticas àdenúncia, certamente perderam tempo precioso”, afirmou. Nosdois primeiros dias de julgamento, destinados à defesa oral, amaior parte dos advogados dedicou parte de sua sustentação apontando erros técnicos nadenúncia do Ministério Público.Satisfeito com adecisão do Supremo, de abrir ação penal contra os40 denunciados, o procurador disse que sua preocupação,a partir de agora, é com a comprovação dasacusações. “A preocupação do MinistérioPúblico é reforçar os dados probatóriosque já constam dos autos relativamente a tudo o que foiafirmado”, afirmou. E justamente comesse objetivo, Antonio Fernando Souza indicou 41 testemunhas. Embora nãoconste na lista, o procurador não descarta a necessidade deouvir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Astestemunhas podem ser substituídas. Evidentemente que estasubstituição atenderá ao interesse de demonstrardeterminados fatos, e esse não é o momento própriopara fazer esse juízo”, respondeu ao ser indagado sobre oassunto por jornalistas.O procurador preferiunão fazer previsões quanto ao tempo que pode durar umaação penal com 40 réus e com um númerototal de testemunhas que pode chegar a 1.681, mas demonstrou confiançana celeridade do STF. “É um exercício de futurologia,mas já se percebe, pela decisão final tomada hoje, quetodo o tribunal está preocupado em agilizar, dentroevidentemente dos limites legais, o julgamento desse processodefinitivamente”, disse.