Estados Unidos e Brasil assinam convênio para intercâmbio de estudantes

23/08/2007 - 17h14

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cinqüenta estudantes brasileiros, de 15 a 17 anos, serão selecionados para estudar nos Estados Unidos por dois anos. O programa Community College foi anunciado hoje (23) pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e a secretária de Educação norte-americana, a Margaret Spellings.Vão ser oferecidas bolsas nas áreas de administração e negócios, turismo e hotelaria, mídia, computação e todas as engenharias. Os estudantes precisam já ter concluído o ensino médio e estar matriculados em cursos tecnólogos (nível superior de dois a três anos) em instituições públicas ou privadas.“É uma experiência nova porque temos feito isso mais a nível de graduação e pós-graduação e agora vamos ter um intercâmbio em nível médio. Isso vai incrementar o intercâmbio dos mais jovens, que prepara o terreno para projetos mais ambiciosos no futuro”, avalia Fernando Haddad.O programa piloto está sendo realizado, neste ano, com doze estudantes brasileiros. O governo norte-americano aumentou o investimento de US$ 500 mil para US$ 2 milhões. A bolsa é integral e inclui passagem, hospedagem, alimentação e o estudo. O investimento brasileiro é zero.O convênio será operado pela Comissão do Programa para Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos e Brasil (Fulbright). As inscrições dos alunos interessados pode ser feita a partir do próximo sábado (25) no site da organização: “www.fulbright.org.br”. A viagem será em julho do próximo ano. Um dos critérios de seleção será a localidade. O programa quer requisitar estudantes das diferentes regiões brasileiras. “Pretendemos com isso fazer com que todos se inscrevam e ter representatividade nacional”, diz o diretor Executivo da organização, Luiz Loureiro .O diretor explica que “o nível de exigência de inglês é um pouco mais baixo porque estamos buscando exatamente atingir estudantes  que normalmente não fazem parte desse universo de intercâmbio internacional. Eles terão dois meses de curso intensivo nos Estados Unidos”. O coordenador de aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do ministério, Jorge Guimarães, ressalta que um terço dos bolsistas brasileiros no exterior estão nos Estados Unidos.O Brasil quer, a partir de agora, aumentar os programas de intercâmbio internacional. “Formatar um novo modelo de intercâmbio voltado para os cursos técnicos de nível médio e tecnológico de nível superior. Vamos desenhar um programa de intercâmbio mais ambicioso do que temos hoje”, diz o ministro da Educação.Os Estados Unidos está interessado em “atender nossas necessidades de recursos humanos”, afirma a secretária de Educação norte-americana. Segundo ela, as empresas americanos com negócios no Brasil levaram ao governo norte-americano a demanda por “indivíduos bem treinados com estudo, bacharel, doutorado. Estão com dificuldades em contratar novos funcionários que falem bem a língua inglesa”.Margaret Spellings veio ao Brasil acompanhada de vários reitores e presidentes de universidades e faculdades de Nebraska, Miami, Iowa, Stanford, Maryland, Califórnia e Lousiana. A visita ao Brasil começou em São Paulo em um almoço com empresários.Outro objetivo da comitiva norte-americana no Brasil foi conhecer as parcerias entre o governo e a iniciativa privada na área de educação. “Fiquei muito impressionada com o engajamento do país na educação. Isso pode ser transferido para o empresariado para a transferência de tecnologia. É a chave do sucesso”, afirma. Ela diz que as empresas têm a “necessidade de inovação baseada em pesquisas universitárias”.Para o reitor da Universidade de Stanford, Joshn Henessy, esse cenário “permite ao Brasil o desafio do crescimento econômico e essa era a preocupação dos empresários”. Os Estados Unidos também pretendem enviar alunos ao Brasil. “Serão pessoas de qualquer disciplina e nível, de 2º grau, graduação ou pós”, adianta a secretária de Educação.