Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os relatores do processo no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado em que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) é acusado de ter recebido dinheiro de uma empreiteira para pagar contas pessoais, devem entregar dois relatórios divergentes. Marisa Serrano (PSDB-MS) disse que o mais provável é que ela e o outro relator Renato Casagrande (PSB-ES) entreguem um texto, enquanto o terceiro relator e colega de partido de Renan, Almeida Lima (PMDB-SE), entregue outro.“Vai ter dois relatórios. O Almeida Lima me disse que irá preparar o dele no final de semana”, disse Marisa. Segundo ela, a razão seria que Almeida Lima diverge das opiniões dos outros dois senadores no episódio. Segundo ela, existem vários pontos que não foram explicados por Renan, entre eles questões ligadas ao empréstimo. A senadora disse que ela e Casagrande passarão também o final de semana reunidos para fechar o outro relatório.O presidente do Senado presta depoimento, neste momento, no gabinete do presidente do Conselho de Ética, senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO), acompanhado dos três relatores e de um assistente de perito da Polícia Federal. A reunião é reservada e deve se ater ao resultado da perícia das notas fiscais apresentadas por Renan Calheiros, que foi entregue na terça-feira (21) ao Conselho de Ética pela Polícia Federal. Quintanilha disse que a idéia é apresentar os relatórios na semana que vem e votar já no dia 30 de setembro (quinta-feira da próxima semana). Perguntado se havia possibilidade de a reunião do Conselho de Ética que vai analisar e votar os relatórios também ser secreta – como o depoimento de Renan hoje –, o presidente do conselho disse que ainda não tomou nenhuma decisão a respeito, mas que irá conversar com os membros do colegiado sobre a possibilidade.O senador Casagrande não vê motivos para que seja secreta. “Se não for aberta, vai criar ruído com relação a essa decisão, mas essa é uma decisão que quem tem que tomar é o presidente do conselho”.