Briga entre presos não pode ser desculpa para mortes em presídios, afirma ativista

23/08/2007 - 18h10

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Brigas e rixas entre presos não podem justificar assassinatos dentro de presídios. Esses são casos em que de o Estado foi omisso e favoreceu o avanço da violência. A afirmação foi feita hoje (23) pelo coordenador do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, Ariel Castro, ao comentar o incêndio na cadeia de Ponte Nova, em Minas Gerais, onde morreram 25 presos. O incêndio foi na madrugada de hoje.Castro informou que a instituição vai acompanhar as investigações.  “No mínimo, o Estado se omitiu na garantia da segurança daqueles presos, porque não os separou observando os critérios de idade, gravidade do crime cometido, e também nos casos de rivalidade e gangues. Tudo isso deveria ter sido observado”, afirmou Castro, que é advogado. Ele informou ainda que a instituição vai acompanhar as investigações.O ativista também lembrou que o massacre do Carandiru, em São Paulo, que terminou com 111 presos mortos teve origem em um tumulto na Casa de Detenção do complexo, após intervenção policial. O episódio completa 15 anos no próximo mês. “Não é a primeira vez que brigas, falta de segurança, superlotação e falta de fiscalização pelo Ministério Público e pelo Judiciário ocasionam mortes [em presídios]. Isso tem sido uma constante no país”, completou Ariel Castro, acrescentando que o sistema prisional não ressocializa o preso e é responsável pela reprodução da violência.