Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Odiretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo deRato, recomendou hoje (23) que os bancos envolvidos com a atualturbulência financeira internacional esclareçam sua real situação. Ementrevista coletiva no Ministério da Fazenda, de Rato afirmou que não antevê umacrise tão grave que seja necessário um socorro do FMI aos paísesenvolvidos, mas afirmou que o fundo está preparado para ajudar. "Éimportante que as autoridades financeiras esclareçam a situação dasdiversas operações de crédito que têm. Creio que a desconfiança sobreos novos produtos requer que haja o esclarecimento, o mais rápido possível. Épreciso recuperar a confiança, o mais rápido possível, e avaliar claramente asituação de cada produto, seja ela boa ou má", defendeu.Sobreo Brasil, o diretor do FMI afirmou que o país está entre os que nãoserão afetados pela crise, porque tem hoje uma economia sólida.Ele disse que a atual turbulência terá conseqüências no crescimento devários países, o que poderá ter impacto sobre o crescimento da economiamundial. "Os órgãos de política econômica, como o FMI, devem ficaratentos nos próximos dias e semanas, para envidar esforços para promovera recuperação das expectativas e da confiança". De Rato não revelou quantoo organismo tem disponível para socorrer o país que venha a necessitar, mas garantiu que "as disponilibilidades existem".Ele ponderou, no entanto, que é preciso dizer que a crise surge num momento em que a economia mundial passa por um momento positivo. Antes da turbulência, lembrou, ocrescimento estimado era de 5%. "Estamos no quinto ano consecutivo decrescimento". Segundo Rato, antes da crise, a situação de credibilidade no mundo era boa, as expectativas para inflação, favoráveis, e havia uma situação de crescimento no nível deemprego, no balancete das empresas. "Acho que as turbulências não vãoter um efeito tão ruim quanto poderiam ter tido", disse, em referênciaao cenário positivo.