Rádios comunitárias querem participar de novo programa de segurança pública

14/08/2007 - 22h35

José Carlos Mattedi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, recebeu hoje (14) representantes de associações de rádios comunitárias de alguns estados do país. Na pauta, a descriminalização por parte do governo das rádios que funcionam ilegalmente, e a inclusão desse sistema de radiodifusão no Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). O Brasil tem cerca de três mil rádios comunitárias funcionando legalmente.Segundo o coordenador da Rede Brasil de Comunicação Cidadã (RBC) e da Rede Viva Rio de Radiodifusão Comunitária (Revira), Sebastião Santos, o ministro se comprometeu em lutar pela descriminalização das rádios ilegais. São cerca de 15 mil em todo o país, segundo estimativa das associações. Tarso também teria pedido a incorporação dos movimentos de rádios comunitárias no Pronasci, que será lançado oficialmente na próxima segunda-feira (20). A assessoria de Tarso Genro não confirmou as informações."A idéia do ministro é legitimar essa parceria com as rádios comunitárias. Ou seja, uma vez que haja essa parceria, o ministro entende que vai ficar mais fácil convencer os demais setores de que o processo de descriminalização é um processo em curso e não há volta”, frisou Santos. De acordo com ele, as rádios comunitárias poderão contribuir com o Pronasci pois têm penetração nas periferias, e fazem um trabalho com a juventude e de resgate cultural."Podemos fazer um trabalho com a juventude, que hoje é o grande foco da violência no país. São os jovens que mais matam e morrem no país. Podemos, então, integrar um discurso de segurança pública preventivo nas rádios comunitárias. Será uma campanha conjunta de conscientização”, sublinha Santos. Segundo ele, após o lançamento do Pronasci, o Ministério da Justiça vai promover um seminário de radiodifusão comunitária e do Pronasci, ainda sem data definida.