Metalúrgicos definem jornada de luta em setembro por piso salarial nacional

14/08/2007 - 22h17

Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Em assembléia nacional realizada na Esplanada dos Ministérios, os metalúrgicos decidiram hoje (14) declarar setembro um mês de jornada de luta, com atos e mobilizações para reivindicar um piso salarial de R$ 1,3 mil em todo o país, além de jornada com um máximo de 40 horas semanais e do direito de se organizar em sindicatos dentro do local de trabalho. Os pedidos estarão incluídos na sugestão de um acordo coletivo nacional e serão entregues às empresas do setor. A decisão foi aprovada por cerca de 2 mil trabalhadores, segundo a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) – cerca de 800, de acordo com a Polícia Militar. O acordo coletivo, segundo o presidente da CNM, Carlos Alberto Grana, poderá reduzir as disparidades regionais. A variação de salários chega a 300%, disse, com base em pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos  Sócio-Econômicos (Dieese). "Nós constatamos que os salários são diferentes, mas os preços dos produtos são iguais em 54 municípios, onde existem indústrias automobilísticas, de autopeças e siderúrgicas", acrescentou. A metalúrgica Geralda de Souza, de Contagem (MG), informou que ganha salário de R$ 480. E contou que um piso nacional ajudaria a melhorar a qualidade de vida da família: "Isso seria bom para gente como eu, que tem filho pequeno na escola, conta de água e luz para pagar, e tem que se virar”.Na região do ABC paulista, no entanto, esses trabalhadores recebem, em média, cerca de R$ 1 mil e estão entre os mais bem pagos do país, conforme informou o Sindicato dos Metalúrgicos.Para discutir a questão salarial e melhorias em relação às condições de trabalho, a CNM também defende o fim do Interdito Proibitório, um instrumento judicial concedido às empresas para impedir a realização de manifestações e reuniões no ambiente de trabalho. “Se o sindicalismo não estiver próximo dos representados e integrado, tende a se distanciar dos anseios e da vontade dos trabalhadores. A organização sindical no trabalho é a base para qualificar os trabalhadores na luta pelos seus direitos”, concluiu Grana.Os metalúrgicos também entregaram reivindicaões para a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e foram recebidos no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF). Amanhã (15), eles deverão participar de manifestações com outras categorias vinculadas à Central Única dos Trabalhadores (CUT).