Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), confirmou quevai chamar o usineiro João Lyra para esclarecer os termos dacompra de um jornal e uma rádio em Alagoas, negócio queteria sido feito em sociedade com o presidente do Senado, RenanCalheiros (PMDB-AL), e registrado em nome de “laranjas”. Segundoo corregedor, o usineiro será ouvido na próximaquinta-feira (16). E promete contar tudo que sabe.Tuma disse ainda que Lyra pediu que nãofosse ouvido no Senado para evitar o encontro com Renan Calheiros,“por causa do choque entre osdois”. “Eu disse que não haveria nenhum problema emme deslocar até Maceió e ouvi-lo numa repartiçãopública”.O senador disse ainda que o usineiro estádisposto a contar todos os fatos e mostrar documentos. Na últimasexta-feira, no entanto, Lyra afirmou ao Jornal Nacional, daRede Globo, que nãopossui documentos que comprovem a sociedade, embora tenha garantido aexistência dela.Questionado se a eventual falta dedocumentação pode prejudicar a elucidaçãodos fatos, Tuma negou. “Em toda investigação, vocêtem indícios. A falta de documentos pode não prejudicaro andamento de uma investigação que chegue àverdade. Tendo os indícios, você vai atrás daverdade”, afirmou.Segundo a revista Veja, o usineiroconfirmou a sociedade secreta com Renan Calheiros, por meio de"laranjas" usados a pedido do presidente do Senado. Renanteria investido R$ 1,3 milhão, valor não declarado àReceita Federal ou à Justiça Eleitoral.Recentemente,Renandisse que a revistasó publica denúncias contra ele para desviar a atençãodas negociações da venda da TVA para um grupoestrangeiro, a Telefónica. O grupo Abril, responsávelpela Veja e pelaTVA, publicou notarebatendo as críticas.