Priscilla Mazenotti
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O diretor de Segurançada TAM, Marco Aurélio Castro, disse hoje (14) em depoimento naCPI do Apagão Aéreo da Câmara que os pilotos nãorecebem treinamento específico para voar com o reverso – umdos equipamentos que ajudam a frear o avião - pinado(travado).Segundo ele, voar nessasituação é um procedimento normal e que ospilotos fazem outros tipos de treinamento muito mais difíceisdo que com o reverso, como por exemplo voar com um motor só.“Se eu estivesse com o reversor pinado não me preocuparia”.Ele afirmou que o freioautomático compensa a ausência do reverso. “Muitasvezes um piloto vai passar a vida inteira voando e não vai terum reversor pinado”.Castro revelou queapenas no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, hárestrição para pouso com reverso pinado, porque a pistaé curta, mas naquele aeroporto a TAM não opera comAirbus. O diretor informou que,desde o acidente, no dia 17 de julho, a TAM está em consultapermanente com a Airbus, fabricante do avião, no sentido denão operar em Congonhas com o reverso pinadoEle também disseque o fato de o avião estar com apenas um reverso funcionandonão poderia significar motivo de preocupaçãopara os pilotos. Segundo Castro, eleainda que a caixa-preta mostre que um dos manetes estava em posiçãode aceleração, é difícil que os pilotostenham, voluntária ou acidentalmente, posto apenas um manete emposição idol (ponto morto). “É maisdifícil puxar um manete só e deixar o outro, do quepuxar os dois ao mesmo tempo”. Ele comparou a operaçãoao ato de frear um carro, na qual é automático tirar opé do acelerador para reduzir a velocidade. Castro disse que a TAMestá em processo de compra do software FW3, que avisaquando o manete está fora de posição. Segundoele, até o acidente, o software não havia sidocomprado porque estava em processo de testes.