Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A oferta de gás natural para o mercado interno deverá chegar a 134 milhões de metros cúbicos por dia em 2012, prevê o Plano de Negócios da Petrobras divulgado hoje (14). O volume é equivalente à demanda prevista para o período, “considerando despacho máximo para as usinas termelétricas”, o que só ocorre em situação extrema de escassez de energia de origem hídrica. O Plano leva em conta um crescimento médio de 19,4% na demanda anual.Da oferta total prevista, 72,9 milhões de metros cúbicos de gás natural ao dia serão provenientes da produção interna; 30 milhões referem-se ao contrato de fornecimento com a Bolívia; e 31,1 milhões virão da importação de gás liquefeito, para a regaseificação em unidades que ainda serão construídas.O Plano indica a meta de ampliar a oferta de gás para suprir emergencialmente as usinas térmicas geradoras de energia, em caso de demanda plena. Duas unidades de regaseificação estão previstas – uma na Baía de Guanabara (RJ) e outra em Pecém (CE), com capacidade de processar até 20 milhões de metros cúbicos de gás liquefeito.O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, não definiu local, data e nem quantas dessas unidades poderão ser ainda construídas, mas esclareceu que a demanda plena só será necessária em caso de escassez de energia hídrica: "O gás será destinado essencialmente para as usinas termelétricas, o que dará maior flexibilidade ao mercado. Esse consumo estimado de 134 milhões de metros cúbicos por dia é uma situação improvável, mas temos que estar preparados para a possibilidade de ela vir a se concretizar”.Desse total de consumo estimado até 2012, o documento da Petrobras prevê demanda de 42,1 milhões de metros cúbicos pelo setor industrial; 43,9 milhões pelos setores automotivo, residencial/comercial, refinarias e usinas de fertilizantes; e os restantes 48 milhões de metros cúbicos/dia referem-se à demanda interruptível – pode não ser necessário esse volume – das usinas termelétricas.