Erich Decat
Da Agência Brasil
Brasília - Representantes de entidades agropecuárias apresentaram hoje (14) à Câmara dos Deputados uma série de medidas para atenuar os prejuízos causados ao setor pela desvalorização do dólar norte-americano em relação ao real.Uma das ações é o fim da cobrançado adicional de frete de renovação da Marinha Mercante.“Em toda a importaçãoque o país faz há uma sobretaxa de 25% no valor do frete", disse osuperintendente técnico da Confederação daAgricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Ricardo Motta. "Só o calculo feito na importação defertilizantes fica em torno de R$ 200 milhões. Isso, de certaforma, é pago pelos produtores brasileiros porque asimportadores embutem o frete no preço”.
Em relação aos fertilizantes, por exemplo, o grupo apresentou a sugestão de não prorrogar asalíquotas antidumping parainsumos como o nitrato, usado na composição defertilizantes, e o glifosato, utilizado como herbicida. Dumping é quando uma ou mais empresas se unem para baixar preços em relação aos praticados no mercado e, assim, eliminar a concorrência.
Motta lembrou que o impacto do câmbio sobre os preços agrícolas é imediato. “Issoafeta a rentabilidade, o grande problema que estamos vivendo hoje. O produtor não consegue fechar as suascontas, ou seja, a receita dele não é suficiente paracobrir todas as suas despesas”.
Segundo ele, o setor registra queda na rentabilidade nas últimas trêssafras. “O câmbio é um dos fatores que vem causadoessa perda”, acrescentou.
Alémda questão tributária, eles citaram como exemplo de barreiras para expansão do setor a infra-estrutura dos portos e rodovias.
"O que realmente causaria redução dos custos seriam grandes investimentos em infra-estrutura. Isso melhoria nosso portos, que estão precários e nossas rodovias, que estão sucateadas", afirmou Motta.
De acordocom o deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR), o fortalecimento damoeda brasileira frente ao dólar norte-americano causa desequilíbrioem vários setores produtivo do país.
“Nos últimos cinco anos, a nossa moeda valorizou 43% em relação aodólar, sendo 29% só no ano passado. Com essa valorizaçãototalmente descabida não há produtividade. Nãoapenas na agricultura, mas em todo o sistema de exportação”.
O presidente do Comitê de Agronegócios da Federaçãodas Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), RobertoRodrigues, defendeu a redução de impostos e a queda na taxa de juros para compensar as perdas no campo.