Brasil tem situação confortável, mas sente pequenos reflexos de crise nos EUA, diz economista

14/08/2007 - 17h30

Paloma Santos
Da Agência Brasil
Brasília - Embora afirme que o Brasil ainda não sentiu, no dia-a-dia, os impactos da crise no setor imobiliário dos Estados Unidos, o economista e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Antônio Corrêa avalia que já houve pequenos reflexos no país."Na bolsa de valores, houve queda de quase 8% no preço das ações, além de uma ligeira desvalorização do real frente ao dólar norte-americano", disse, em entrevista hoje (14) ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.Corrêa ressalta que a evolução no câmbio, que poderia afetar asimportações, ainda é "relativamente pequena", podendo, inclusive, "seretrair".Hoje, A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 2,9%. Até às 16h30, o dólar era cotado a R$ 1,98 para a compra, segundo o Banco Central (BC).O economista lembra que ainda há "incertezas" sobre a extensão dacrise norte-americana. E diz não ser possível saberquais serão os próximos desdobramentos,os reflexos e quando ela será extinta."Há fatores muito objetivos [nessa crise], como ainadimplência no mercado internacional", observa. "Mas há outrostotalmente subjetivos. Por exemplo, como vão se comportar osinvestidores em razão desse fato concreto. Isso cria um problema deincertezas".Na avaliação dele, o Brasil vive uma situação econômica estável, que minimiza possíveis impactos de crises no mercadointernacional.Para ele, fatores como o crescimento anual da economia e damassa salarial e o controle inflacionário tornam, mesmodurante a crise, “confortável” a situaçãoeconômica do Brasil.“A situação da economiabrasileira é inédita. A dívida externa estásob controle, as reservas cambiais estão elevadas e osbalanços de pagamento estão ajustados. Devido a estesfatores, o impacto da crise é minimizado”.Na avaliação dele, se a crise nos Estados Unidos se prolongar, o Brasilpoderá perder receita de exportação e os preços dos produtos vendidos ao exterior podemcair. “Mas, no meu ponto de vista, essa crise é localizada e momentânea, embora tudo dependa dos agentes econômicos”.