Alex Rodrigues
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O responsável pelos equipamentos Airbus A320 usados pela TAM, o comandante e piloto Alex Frischmann, reforçou hoje (14), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Apagão Aéreo na Câmara dos Deputados, a idéia de que só após o fim das investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos (Cenipa) será possível apontar as causas do acidente com o vôo 3054 da companhia aérea.Ao iniciar seu depoimento, ele afirmou que o avião estava estabilizado e na velocidade correta quando pousou no ponto exato em que deveria tocar a pista do aeroporto de Congonhas. A partir daí, segundo ele, uma série de problemas impediram que a aeronave parasse."Os spoilers [freios aerodinâmicos] não abriram. Os freios automáticos não atuaram, e os freios manuais foram aplicados cerca de 11 segundos após o toque no solo", disse, acrescentando que os spoilers teriam ajudado o avião a parar e que os freios manuais foram ineficazes.Sem afastar nem a hipótese de falha humana nem possíveis probblemas no avião, o comandante evitou ser categórico ao falar das análises preliminares das caixas-pretas da aeronave. "A manete não estava na posição adequada, mas ainda é prematuro apontar as causas disso".De acordo com ele, os pilotos tiveram pouco tempo para tomar qualquer decisão. Ele disse acreditar que eles tenham tentado conduzir o avião até o gramado localizado entre as pistas auxiliar e secundária do aeroporto. Frischmann também não descartou a hipótese de a pista ter contribuído para o acidente. E disse não conhecer qualquer episódio em que, em vez de puxar ambas as manetes até a posição idle (porto morto), os pilotos tenham as empurrado, aclerando ainda mais o avião.Por fim, ele afirmou que os pilotos da TAM são treinados para pousar com os reversos travados.