Ministro da Fazenda diz que Brasil não vai ser afetado por turbulência internacional

09/08/2007 - 19h17

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, GuidoMantega, procurou tranqüilizar hoje (9) os investidores quanto às influênciasda crise financeira nos Estados Unidos, que se intensificou hoje, naeconomia  brasileira. Ele disse que aturbulência não afetará a estratégia de redução da taxa básica de juros(Selic), iniciada em setembro de 2005."O Comitê de PolíticaMonetária [Copom] olha para a inflação interna. Vê se há algum problema deinflação subindo, ou não. Se estiver dentro da meta, a Selic pode continuarcaindo", afirmou Mantega. Ele acrescentou, em seguida, que a inflação está "sobcontrole e não terá nenhuma repercussão dessa turbulência internacional".Segundo Mantega, a previsão de inflação para este anocontinua abaixo de 3,8%. Ele disse que, se de um lado há pressão na inflaçãopor causa da alta de alguns alimentos, como o leite, de outro, há umadesaceleração nos preços administrados, como nas tarifas de energia. "A nossa Selic está bem calibrada", garantiu.Mantega afirmou ainda que,caso haja reflexos da turbulência internacional na taxa de juros norte-americana,seria para baixo, o que não interferiria no Brasil. "Se, num momento de crise,você elevar a taxa do FED [Banco Central norte-americano), você quebra o mercado. Éum momento, pelo contrário, de distensionar o mercado. Então, se houver mudança,será para menor e não para maior". O ministro voltou a dizer que a economia brasileira está sólida o suficiente parasuportar  crises  internacionais. "OBrasil está no time daqueles países muito sólidos, que estão habilitados paraenfrentar um nervosismo maior ou menor". As reservas internacionais, lembrou,beiram atualmente os US$ 160 bilhões. "O Brasil tem dinheiro de sobra, temdólar sobrando". De acordo com o ministro, Isso dá segurança aos investidores para permanecer com títulosbrasileiros, porque não há risco de o país não honrar seus compromissos depagar os rendimentos.