Jamaica recebe presidente brasileiro pela primeira vez

09/08/2007 - 5h54

Marcela Rebelo
Enviada Especial
Kingston (Jamaica) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz hoje (9) visita a um país estratégico para o destino de produtos, serviços e investimentos brasileiros no Caribe, a Jamaica. “A Jamaica conta hoje com uma das economias mais robustas do Caricon [Mercado Comum e Comunidade do Caribe] e tem atuação diplomática intensa, sobretudo entre os países em desenvolvimento”, destacou o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach.Esta é a primeira visita de um presidente brasileiro à Jamaica. O intercâmbio comercial entre os países, em 2006, resultou em US$ 179,3 milhões, sendo US$ 177,2 de exportações brasileiras. A cooperação no setor de etanol é estratégico nas relações bilaterais. Em 2005, os países assinaram memorando de entendimento na área.Durante a visita, Lula participa da inauguração da maior usina de etanol da Jamaica, a Broilers Group, localizada em Port Esquivel, a 50 quilômetros de Kingston, capital do país. De acordo com Baumbach, o investimento na usina foi de US$ 19 milhões, com participação de empresas brasileiras.  O Brasil participa tanto no investimento quanto no fornecimento de materiais.Em fevereiro deste ano, os dois países estabeleceram acordo para implementar um projeto de formação de recursos humanos e transferência de técnicos para apoio ao Programa Jamaicano de Modernização do Setor Sucroalcooleiro.  O acordo prevê a identificação de material genético brasileiro de cana-de-açúcar adaptável às condições jamaicanas e sua transferência ao país. Está prevista também a capacitação de recursos humanos jamaicanos da área de produção de cana-de-açúcar para a produção de etanol.O conhecimento brasileiro no setor de biocombustível é um dos temas centrais da viagem que o presidente Lula iniciou no último domingo (5) a países da América Central e México. O diretor do Departamento do México, da América Central e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Gonçalo Mourão, ressaltou que a cooperação no setor de etanol permitirá que os países tenham uma economia “brutal” nos gastos com combustível.  “Para todos esses países, a conta de petróleo é uma conta implacável e cruel como a conta de aluguel. Você tem que pagar, pagar e não recebe nada de volta, a não ser o uso do produto", afirmou.