Confronto deixa sem-terra e policiais feridos no Rio Grande do Sul

09/08/2007 - 1h50

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O quedeveria ser uma tentativa de solucionar o conflito agrário emPedro Osório (RS) acabou virando confronto entre integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) eruralistas da região, com intervenção daBrigada Militar. Quatro líderes do MST foram presos e membros do movimento ficaram feridos, assim como alguns policiais, segundo a Brigada.As 200famílias acampadas na Fazenda Palma foram aosalão paroquial de Pedro Osório para participar de umaaudiência pública, que seria presidida pelodesembargador e ouvidor público federal Gercino José daSilva Filho. No local, foram surpreendidas por umgrande número de ruralistas e agredidas por policiaismilitares, de acordo com o deputado estadual Dionilso Marcon (PT),que acompanhou toda a movimentação. “A Brigada entrouatrás espancando e prendendo lideranças. Bateram eespancaram a parte mais fraca, que são os sem-terra”, contouo parlamentar à Agência Brasil.SegundoMarcon, os integrantes do MST não estavam armados, pois foramrevistados antes de entrar na cidade. Ele disse que há cerca de20 pessoas feridas, inclusive as quatro lideranças queforam presas. Para o deputado, falta isenção aospoliciais militares da região. “A Brigada tem muito mais compromisso com os fazendeiros que com a questãosocial”.O sub-comandante geral da Brigada Militar, coronel Paulo RobertoMendes, conta que os policiais tiveram que intervir para evitar umconfronto iminente entre MST e ruralistas. Segundo ele, ossem-terra estavam armados com foices efacões. “A audiência pública não temgarantia de segurança porque envolve segmentos antagônicos,com conflito iminente, de modo que a Brigada Militar estácancelando este evento”.Elegarante que as pessoas que foram participar da audiêncianão estão impedidas de sair do salãoparoquial, como informou a assessoria de imprensa do MST.Asfamílias estão acampadas em Pedro Osório, no sul do estado, desdefevereiro. O MST reivindica a desapropriação daFazenda da Palma, que tem aproximadamente 9 mil hectares. Segundo o movimento, poderiam ser assentadas cerca de 400famílias.