Atendimento aos pacientes do SUS volta ao normal nas emergências de Pernambuco

08/08/2007 - 8h55

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Volta hoje (8) ao normal o atendimento aos pacientes doSistema Único de Saúde (SUS), que estava sendo feito de forma precária há maisde 20 dias nas emergências dos três maiores hospitais públicos de Pernambuco -Restauração, Otávio de Freitas e Getúlio Vargas - por causa do movimento dedemissão coletiva deflagrado por mais de 100 médicos.

Os profissionais de saúde decidiram, ontem (7) à noite, em assembléiano auditório do teatro Valdemar de Oliveira, aceitar novaproposta de aumento de 35% nos salários, oferecida pelo governo do estado, alémde garantia de melhores condições de trabalho. Com a medida, o salário-basepassa de R$ 1.400 para R$ 1.900 e a gratificação do plantão, que era de R$ 600,ficou fixada em R$ 1.000.

O projeto de lei concedendo reajuste salarial e instituindo o plano decargos, carreiras e vencimentos da categoria, que será votado hoje em plenário, durante sessão extraordinária na Assembléia Legislativa, deve ser aprovado e sancionado amanhã (9) pelo governador Eduardo Campos. Asnegociações foram intermediadas pelo presidente da Ordem dos Advogados doBrasil - seção Pernambuco(OAB/PE), Jayme Asfora.

De acordo com o presidente do sindicato dos médicos do estado, MárioFernando Lins, as conquistas foram importantes, mas a categoria vai continuarmobilizada  para que o povo tenha  uma saúde pública digna. “Entendemos que ogoverno não pode resolver tudo num estalar de dedos, conseguimos o que foipossível. A partir de agora, iremos lutar para que os médicos tenham condiçõesde trabalho que tornem o serviço público atraente e o atendimento eficaz”,declarou.

O secretário estadual de Saúde, Jorge Gomes, informou que os médicos das Forças Armadas e da Polícia Militar de Pernambuco, que vinham atuando nasemergência para suprir a carência deespecialistas, vão continuar reforçandoa assistência aos pacientes até apróxima sexta-feira (8). Ele assegurou que o plano de ações parareestruturação da assistência médica nas unidades de saúde do estado prevêinvestimentos de R$ 58 milhões neste e no próximo ano.

Durante a crise no setor de saúde, vários pacientes graves chegaram a sertransferidos em ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e em helicópteros da Polícia Rodoviária Federal para hospitaisda rede pública dos estados da Paraíba e do Ceará.