Lupi propõe experiência com modelo italiano de seguro-desemprego no Rio de Janeiro

27/07/2007 - 20h56

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, propôs hoje (27) ao presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan),  Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, a realização de uma experiência já consagrada na Itália, de onde Lupi retornou recentemente. “Eles têm um sistema de pagamento do seguro-desemprego apenas para quem está sendo qualificado, ou seja, preparado para o próximo emprego. Eu propus uma experiência pioneira no Rio de Janeiro, por meio de convênio com o sistema social da Firjan", informou.

Segundo Lupi, "quando desempregado, nos três meses em que recebe o seguro, o trabalhador deve ter uma atividade que o qualifique para o novo emprego". Essa requalificação, acrescentou, não representará qualquer ônus financeiro: "Isso terá de ser amarrado ao recebimento desse salário – só recebe quem estiver se qualificando, como se fosse uma  obrigatoriedade para poder conseguir um emprego”.

O ministro disse acreditar que a medida reduzirá o desembolso governamental com o seguro-desemprego, cujo montante já gasto ele não soube precisar: “Considero que é quase certo a gente conseguir a empregabilidade dele com mais rapidez e vamos ter mais dinheiro para requalificar mais trabalhadores, com esses recursos que não gastaríamos”. 

E previu que a medida poderá gerar polêmica, porque muitas pessoas estão usando esse salário para sobreviver. “Eu entendo, a vida é assim. Mas o Estado, sabendo o que está acontecendo, não pode fazer disso uma rotina”, argumentou. 

O presidente da Firjan disse que "é bem-vindo o princípio de colocar a nossa máquina de educação para qualificar", após lembrar que já foram firmados convênios semelhantes com a Petrobras, a Peugeot e, mais recentemente, com a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), a fim de capacitar os trabalhadores.

No ano passado, cerca de 5 milhões de pessoas receberam o seguro-desemprego, informou o ministro, que disse também pretender que o modelo italiano seja estendido a todo o país, depois de implantado no Rio ainda neste ano. Ele acrescentou que a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro), vinculada à pasta, poderá trabalhar em conjunto com a Firjan, aproveitando o cadastro da entidade na área da saúde do trabalhador.Esse cadastro reúne atualmente 1,8 milhão de trabalhadores da indústria fluminense e seus dependentes, e é comum a todas as unidades do Serviço Social da Indústria (Sesi) no estado. "Com o cadastro a gente pode começar a trabalhar na prevenção de doenças, com cartilhas, com  informação, com educação”, disse o ministro.