Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As caixas-pretas do Airbus A320 da TAM, que fazia o vôo JJ 3054, já estão no Brasil. Esses equipamentos foram levados aos Estados Unidos, para extrair informações sobre o vôo, no formato de mídia digital e em relatórios impressos. Os equipamentos foram trazidos pelos pelos técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). De acordo com o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, ainda hoje e durante todo o final de semana, os técnicos realizarão novas análises das informações e dos relatórios já produzidos. As caixas-pretas trazem o gravador de dados da aeronave e de voz . Os dados degravados, de acordo com Aeronáutica, deverão ser "avaliados minuciosamente para que se possa obter informações que contribuam com a investigação". O trabalho será feito pelo Cenipa, em Brasília. A Comissão que apura os fatores que contribuíram para o acidente deverá se reunir na próxima segunda-feira (30) para que sejam determinadas as próximas providências. Os dados deverão ser passados para a Polícia Federal e para a Comissão Parlamentar de Inquérito do Apagão Aéreo da Câmara. Ontem (26), o chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro-do-ar Jorge Kersul Filho, pediu sigilo nas informações contidas nas caixas-pretas e disse que as investigações devem estar concluídas em dez meses.
Kersul Filho afirmou que os dados da caixa-preta não podem ser analisados isoladamente. Entre as hipóteses investigadas pelo Cenipa, estão a qualidade da pista principal do Aeroporto de Congonhas, que tinha passado recentemente por reforma e ainda não possuída ranhuras; o sistema de frenagem na aeronave ou algum item mecânico; e até erro da tripulação na cabine.
O Airbus A320 da TAM se chocou, no dia 17 deste mês, com um prédio da própria empresa, depois de tentar pousar no Aeroporto de Congonhas. O acidente, considerado o maior da história da aviação brasileira, deixou cerca de 200 mortos, entre passageiros, tripulação e funcionários da TAM que estavam no prédio na hora do choque.