Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apontou hoje (26) cinco fatores que tornam o país resistente às turbulências externas: o câmbio flutuante, o superávit nas transações correntes entre o Brasil e o exterior (por causa da alta nas exportações), as reservas internacionais recordes, em torno de US$ 155 bilhões, os números positivos da economia brasileira (como inflação baixa e situação fiscal estável) e o fato de 80% do Produto Interno Bruto (a riqueza produzida pelo país, o PIB) brasileiro ser voltado para o mercado doméstico.“O dólar flutuante faz o país se ajustar aos fluxos de capitais”, argumentou o ministro. Isso ocorre porque, em caso de fuga de recursos do Brasil, o dólar sobe e estimula as exportações, o que faz o dinheiro do exterior entrar novamente no país.Se a retirada de recursos do país for muito intensa, a ponto de fazer o dólar aumentar repentinamente e provocar a subida da inflação, o país pode recorrer às reservas internacionais. Mas o ministro avalia que, mesmo nessa situação, os brasileiros poderiam ficar tranqüilos. “O nosso colchão hoje é muito confortável para lidar com qualquer adversidade”, disse ele.A turbulência internacional é motivada por prejuízos em bancos imobiliários nos Estados Unidos. Essas instituições, que emprestaram muito nos últimos anos para os americanos comprarem moradias, agora estão com problemas de caixa. O fato provocou turbulência entre os investidores internacionais, que retiram dinheiro das bolsas e dólar dos países emergentes (como o Brasil) para aplicarem em títulos do tesouro norte-americano, que oferecem menos risco.