Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Mães-de-santo da umbanda e docandomblé de Recife, Olinda e outras cidades da região metropolitanaparticipam, hoje e amanhã (26 e 27), na sede da Fundação Joaquim Nabuco, do1º Encontro de Mulheres de Terreiro. O evento é promovido pelo terreiro Obá AganjuOkóloyá”, que tem 62 anos de tradição.
As mais de 150 participantes do encontro pretendem elaborar um documento comreivindicações ao poder público para organizar o funcionamento das casas de terreiros onde se praticam religiões africanas. Vão pleitear também facilidades naconcessão de aposentadoria às mães-de-santo, conhecidas como sacerdotisas.
Segundo a presidente da Sociedade de Mulheres Negras dePernambuco, Vera Baroni, as principais dificuldades enfrentadas pelos mais de três milterreiros do estado dizem respeito à falta de informações da sociedadecivil sobre a importância dos cultos afro.
Outra participante do evento, Maria Helena Sampaio, ressaltou a discriminação que as religiões de matrizes africanas sofrem por serem confundidas com outros cultos. Segundo Maria Helena, as pessoas confundem ocandomblé com baixa magia.
"O que fazemos é um culto à natureza, uma louvaçãoaos orixás, com a intenção de chegar a Deus, que dá a intuição para quepossamos. prestar serviços aos cidadãos, indicando caminhos a serem seguidos, coma intenção de resolver problemas psicológicos e de outras ordens. Contribuímospara com a paz de espírito das pessoas, ” explicou.
Durante o encontro, será lançada a cartilha Tias do Terço, uma publicaçãoproduzida pela prefeitura do Recife, em parceria com o Núcleo de Cultura Afro-Brasileira.