Incorporação de juros e venda de títulos faz dívida subir R$ 25 bilhões em junho

26/07/2007 - 17h28

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A dívida pública do governo federal no mercado interno aumentou 2,1% em junho, passando de R$ 1,173 trilhão para R$ 1,198 trilhão. Os números foram divulgados hoje (26) pela Secretaria do Tesouro Nacional. O aumento, segundo o Ministério da Fazenda, ocorreu por causa de emissões líquidas de R$ 13,9 bilhões em títulos, que resultam da diferença entre os R$ 61,1 bilhões dos títulos colocados pelo Tesouro Nacional no mês passado e os R$ 47,2 bilhões em papéis resgatados no mesmo período.Além disso, influiu no crescimento da dívida no último mês a incorporação de R$ 11,1 bilhões decorrentes dos juros que incidem sobre os títulos do Tesouro Nacional. Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública da Secretaria do Tesouro Nacional, Guilherme Pedras, os números estão dentro das previsões do governo. "É importante ressaltar que os resultados estão até um pouco abaixo das metas estabelecidas no PAF [Plano Anual de Financiamento]", explica.De acordo com o PAF deste ano, o estoque da dívida pública mobiliária (em títulos) no mercado interno deve encerrar 2007 entre R$ 1,23 bilhão e R$ 1,3 bilhão. O coordenador justificou as emissões superiores a R$ 60 bilhões no último mês por causa da concentração de vencimentos de títulos em julho, estimados em R$ 50 bilhões. "Precisamos formar um colchão em junho para pagar os compromissos que vencem neste mês", afirmou Guilherme.Em relação à composição da dívida, o Tesouro Nacional aumentou a participação dos títulos prefixados, que passaram de 37,02% em maio para 38,71% em julho. Isso representa uma melhora no perfil da dívida porque esse tipo de título permite que o governo preveja exatamente quanto deve pagar ao resgatar esses papéis.O PAF estabelece que os títulos prefixados devem fechar o ano entre 37% e 43% da dívida pública. Os números apresentados hoje (26) também mostraram melhora no prazo de vencimento da dívida. Os títulos que vencem nos próximos 12 meses caíram de 33,80% para 32,81% de maio para junho, o que representa R$ 393,3 bilhões. Já o prazo médio da dívida aumentou de 33,28 para 34,43 meses, dentro do intervalo de 32 a 36 meses definidos no PAF.O Tesouro Nacional precisa emitir títulos para arrecadar dinheiro dos agentes econômicos e cobrir o rombo nas contas públicas. Mesmo com a economia de recursos para o superávit primário, os juros da dívida superam o esforço fiscal e provocam déficit nas contas da União. Essa diferença é financiada com a venda de títulos no mercado.