Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar do déficit deR$ 3,386 bilhões da Previdência em junho,a arrecadação líquida mensal voltou a bater recorde: R$ 10,929bilhões. Segundo o secretário de Política Previdenciária, Helmut Schwarzer, a principal explicação é o aumento do número de pessoas com carteira assinada - em junho, houve 181.667 novas contratações no mercadoformal de trabalho, totalizando 1.095.503 no primeiro semestre."O desempenho domercado de trabalho tem sido muito alto. Temos sinais de que o fluxo decaixa no mês de julho vai continuar fazendo crescer a arrecadação",afirmou o secretário. Segundo ele, os números sobre contratação denovos empregados em junho, divulgados pelo Ministério do Trabalho, sinalizam arrecadação ainda maior para o próximo mês.As receitascorrentes, que correspondem ao recolhimento das contribuições aoInstituto Nacional do Seguro Social (INSS), também atingiram patamarinédito: R$ 11,367 bilhões. Além da receita corrente, o INSS arrecadououtros R$ 655 milhões referentes a recuperação de crédito etransferiu R$ 1 bilhão a terceiros, como os órgãos do sistema "S".Em maio, já havia acontecido recorde de arrecadação, com receita líquida deR$ 10,837 bilhões. Na ocasião, o Ministério da Previdência Social reduziua previsão do déficit previdenciário no ano de R$ 46,4 bilhões para R$44,8 bilhões. Hoje, ao detalhar o relatório do Regime Geral de Previdência Social, o secretário disse que mantém a projeção. "A trajetória de arrecadação e de pagamentos está exatamente dentro do que estava previsto nesses R$ 44,8 bilhões", afirmou.Asdespesas também cresceram, segundo o secretário, mas de maneiraequilibrada. "Estamos tendo uma estabilidade em relação aos pagamentos.O aumento que houve é normal, provocado pelo aumento real do saláriomínimo".Osgastos com benefícios somaram R$ 13,9 bilhões, valor bem próximo aos R$13,868 bilhões verificados no mês de junho. Além dos benefícios, o INSSpagou 414 milhões em sentenças judiciais, o que elevou as despesas paraR$ 14,315 bilhões.