Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As recentes turbulências na economia internacional, causadas pelo temor em relação à inadimplência nas compras de imóveis nos Estados Unidos e que provocaram queda nas bolsas de valores de todo o mundo, são pontuais e não devem afetar a economia brasileira. Essa é a avaliação do coordenador-geral de Operações da Dívida Pública da Secretaria do Tesouro Nacional, Guilherme Pedras.Apesar de o governo brasileiro ter cancelado hoje (26) a venda de títulos do Tesouro, Pedras disse que a economia do país está em boas condições para enfrentar qualquer volatilidade internacional: "Eu acho que não temos com o que nos preocupar neste momento". E explicou que o Tesouro se preparou para eventuais turbulências: "Sempre vendemos um pouco mais de títulos para formar um colchão de reserva. Nada mudou nos fundamentos da economia, então acreditamos que é uma volatilidade passageira".  Pedras citou como um dos sinais de que o cenário internacional está bom para a economia brasileira o fato de o Tesouro Nacional ter recomprado R$ 7 bilhões (em torno de US$ 3,4 bilhões) em títulos da dívida externa nos seis primeiros meses deste ano. Somados aos R$ 9,3 bilhões (US$ 4,5 bilhões) de juros desses títulos, o total desembolsado pelo governo de janeiro a junho foi de R$ 16,3 bilhões.A intenção do Tesouro, explicou, é melhorar o perfil da dívida externa pública por meio de títulos com juros menores e prazos maiores de vencimento. Até 2040, a redução no pagamento de juros deve chegar a R$ 12,5 bilhões (US$ 6,5 bilhões).Dados divulgados hoje pelo Ministério da Fazenda apontam que a dívida externa pública registrou aumento de 0,84% de maio para junho, passando de R$ 125,4 bilhões para R$ 126,4 bilhões (US$ 65,6 bilhões).