Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A decisão do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) de implantar já no próximo ano no Brasil o sistema eletrônico de patentes, adotando o procedimento utilizado na Europa, foi considerada positiva pelo presidente da Associação Nacional dos Inventores (ANI), Carlos Mazzei.Ele disse que “toda iniciativa do INPI e do governo federal com relação a agilizar o processo de patente é bem vinda porque hoje em dia a coisa está bem delicada. Eu tenho vários contratos de licenciamento que estão parados, esperando a expedição de carta-patente, com inventores prejudicados e empresas que querem investir numa novidade e não podem justamente pela morosidade do órgão”.Mazzei disse que atualmente, mais de 2,5 mil inventores de todo o país são filiados à ANI. O objetivo da entidade, conforme informou, é procurar empresários que tenham interesse em lançar produtos idealizados por inventores brasileiros. “Os inventores brasileiros são muito criativos, somos um dos povos mais criativos do planeta e eu sempre falo que o INPI é o acervo da inovação tecnológica de nosso país. Tem que ser respeitado e reconhecido. E o governo federal precisa olhar mais para o INPI porque o futuro do país está na inovação tecnológica”, manifestou o presidente da ANI.Um exemplo de invenção que deu certo é o consultório odontológico portátil criado pelo dentista José Miguel Lima, consultor técnico da micro empresa fluminense Consuldent. Para atender às necessidades de uma paciente que havia sofrido um derrame e não podia se deslocar de casa, Miguel Lima desenvolveu o equipamento odontológico específico para operar em regiões inóspitas, sem energia elétrica. O consultório portátil foi aperfeiçoado ao longo de 20 anos e agora é exportado para 20 países. A idéia foi patenteada pela empresa.Falando à Agência Brasil, Miguel Lima afirmou que incentivado pelo Prêmio Rio Export 2007, concedido pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio de Janeiro(Sebrae/RJ) e pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro(Firjan), a micro empresa está disposta a “crescer um pouco mais”, ampliando o mercado internacional comprador do consultório portátil.Ele revelou que o custo do equipamento “é muito inferior ao de um consultório convencional. É mais ou menos a metade do preço”. O equipamento da Consuldent tem custo entre R$ 5 mil a R$ 6 mil, contra R$ 12 mil de um consultório convencional.Patente é um monopólio concedido pelo estado a todo inventor de um novo produto ou projeto, garantindo a exclusividade de exploração comercial por um tempo determinado.