Construtora cria empresa e diz que procura parceiros para disputar usinas do Madeira

15/07/2007 - 0h27

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A construtora CamargoCorrêa, uma das empresas interessadas em participar dos leilõespara a construção das hidrelétricas de SantoAntônio e Jirau, no Rio Madeira, afirma que já estáprocurando e sendo procurada por diversas empresas para estabelecerparcerias na participação da disputa. O grupo criou,inclusive, uma empresa para estruturar o projeto de participaçãono leilão.Segundo João Canellas,diretor da Amazônia Madeira Energética Ltda. (Amel, aempresa criada), entre as empresas interessadas estãoprodutores de energia independentes, distribuidoras de energia eempresas interessadas em produzir energia para uso próprio.A expectativa, diz Canellas, éque empresas estatais não participem do leilão, apesarde Furnas Centrais Elétricas, do grupo Eletrobrás, terfeito o estudo de impacto ambiental (EIA) do projeto junto com aOdebrecht. Segundo ele, dessa forma, o processo será maistransparente e a competição mais realista. Em relaçãoao edital do leilão, que deverá ser publicado nopróximo mês, Canellas também aguarda definiçõessobre o fornecimento de equipamentos especializados pela indústrianacional e a disponibilização de recursos para asempresas.Apesar de reconhecer as condiçõesapresentadas pelo Instituto Nacional de Meio Ambiente e RecursosNaturais Renováveis (Ibama) na concessão da licençaprévia, Canellas diz que essas exigências podem impactarno custo da obra. A empresa ainda estuda esses impactos, mas, segundoo diretor, os pontos que poderão modificar o valor sãoa extensão da área de preservação para500 metros e o valor da compensação ambiental, que éum mecanismo financeiro para compensar os efeitos de impactos nãomitigáveis (isto é, que não se consegue atenuar)ocorridos quando da implantação de empreendimentos.Em relação ao custo domegawatt-hora de energia, Canellas explica que ele pode variar muitode acordo com a rentabilidade do projeto e o custo de transmissão.Ele lembra que o leilão não vai tratar da distribuiçãoda energia de Porto Velho para a rede interligada brasileira. “Essecusto de transmissão ainda não foi definido, esperamosque ele chegue no leilão”, afirma.Sobre o custo total daobra, Canellas diz que o grupo trabalha com base em avaliaçõesfornecidas pelo Ministério de Minas e Energia. A obra estáestimada em R$ 20 bilhões.