Ana Luiza Zenker
Da Agência Brasil
Brasília - Encontrados na costa brasileira desde o Amapáaté Santa Catarina, os manguezais são áreas devegetação de grande importância para proteger acosta, manter a qualidade da água e servir de berçáriopara muitos animais marinhos. No entanto, esse também éum dos ecossistemas mais ameaçados pela pressão edegradação ambiental.Por conta da ameaçaa que os manguezais estão expostos e por não ter sidoidentificada nenhuma iniciativa nacional paraproteção do mangue, o Ministério do MeioAmbiente (MMA) vai implantar, a partir do início de 2008 oProjeto GEF Pnud de Conservação e Uso Sustentávelda Biodiversidade de Manguezais em Áreas Protegidas do Brasil,mais conhecido como GEF Mangue.A iniciativa tem como objetivo "gerar novasexperiências e fortalecer o papel do governo e da sociedade naconservação e no uso sustentável dabiodiversidade de manguezais", explica Roberto Gallucci, gerentede Gestão de Recursos Pesqueiros do Núcleo da ZonaCosteira e Marinha da Secretaria de Biodiversidade e Florestas doMMA.Gallucci explica que, em linhas gerais, "umdos focos do projeto é o de promover o uso sustentávelde recursos pesqueiros, que são os principais produtos que osmanguezais fornecem às inúmeras comunidades depescadores que residem na costa do Brasil, e dessa forma fortalecertambém essas comunidades para que possam desenvolver essasexperiências e que elas sejam multiplicadas para outroslocais". O outro foco do projeto é o fortalecimento doSistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e deÁreas Protegidas, buscando a conservação dosmangues.A degradação dos manguezais tem ocorrido de váriasformas. Uma delas é a carcinicultura, a criaçãode camarões, muito praticada no Rio Grande do Norte e no Ceará. Outras são a ocupação imobiliária, a pressãoturística e o desmatamento para uso da madeira.A duração prevista do GEF Mangue éde cinco anos. Para alcançar seus objetivos, o MMA esperacontar com a participação da sociedade, especialmentedas comunidades das áreas onde o projeto vai ser desenvolvido:cinco áreas nos estados do Pará, Maranhão,Piauí, Ceará, Paraíba, São Paulo eParaná."O projeto é participativo desde a suafase planejamento até a fase executiva", diz Gallucci."As comunidades litorâneas, de caiçaras, ascomunidades tradicionais de pescadores artesanais deverãotomar também parte ativa no projeto, poderãodesenvolver novas experiências e práticas que vãoser discutidas, implementadas e avaliadas para a gestãosustentável de recursos pesqueiros".O documento oficial do projeto já foiaprovado pelo Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF, sigla eminglês), instituição que vai financiar o projetoem conjunto com o MMA. Em 2007 serão desenvolvidas atividadespara chegar ao desenho final do GEF Mangue. Entre essas atividades,estão consulta nas áreas piloto para determinaratividades e arranjos da coordenação local, finalizaçãodo cronograma de atividades para o primeiro ano e, em linhas gerais,também para os cinco anos do projeto, elaboraçãodo texto final do documento oficial do projeto, o Prodoc, paraassinatura do governo brasileiro, e a busca e consolidaçãode novas parcerias.